A CASA DA FAMÍLIA RURAL

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Assistência técnica impulsiona agroindústria no Distrito da Guia

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Um cômodo com paredes em cerâmica branca, armários para guardar utensílios, tanque de pasteurização, mesa em inox, geladeira e freezer. Assim é a agroindústria onde Vandecleia Prochnow passa a maior parte do dia, na sua casa no Distrito da Guia em Cuiabá. Mas nem sempre foi assim. O espaço foi todo estruturado para a produção de queijos com orientações da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), que tem dado suporte à VM Leite, há cerca de um ano.

“Tínhamos o leite como renda extra, mas era pequena. Vendíamos leite direto do curral e fazia queijos com o que sobrava. Comecei a produzir queijos de maneira artesanal na varanda de casa com formas que acabei ganhando na época. Com o tempo, a produção e a demanda foram crescendo e surgiu a necessidade de me aperfeiçoar”, afirmou.

Com a matéria-prima e o talento já em mãos, faltava à produtora alguém para que a orientasse quanto à gestão do seu negócio. Foi quando surgiu a técnica de campo credenciada ao Senar-MT e agrônoma, Paula Seixas. “Não é porque o produto é artesanal que não precisa ser inspecionado. A regularização sanitária dá uma garantia ao consumidor de que aquele produto tem qualidade”, explicou a profissional.

Queijos são produzidos e embalados na agroindústria

Como mora em comodato – na propriedade rural em que seu esposo trabalha – ao invés de construir uma agroindústria, a produtora adaptou o seu imóvel, transformando a sala de estar em um local adequado de produção. Além disso, ela adquiriu utensílios e ferramentas recomendadas para o preparo dos queijos e transformou as formas antigas que são de PVC em itens de decoração e recordação. “Quando comecei eu só tinha o leite e a vontade de fazer o que era certo. Hoje produzo numa agroindústria, num lugar adaptado na minha casa, de maneira totalmente higiênica. Tudo o que uma agroindústria necessita eu tenho graças a assistência que tive”, destaca.

A chegada da ATeG veio junto com o início da participação da produtora rural em feiras, eventos que contribuíram para que seus produtos se tornassem mais conhecidos e a demanda aumentasse. Para dar conta de sua clientela, Vanda deixou de trabalhar fora e hoje se dedica exclusivamente à atividade. Atualmente, são produzidas cerca de 200 peças de queijo por mês, divididas entre seis variedades: frescal trufado com goiabada ou doce de leite, frescal, meia cura, minas padrão e minas temperado. Também são comercializados leite e outros derivados como requeijão.

Além das adequações físicas, Vanda já conseguiu o alvará sanitário com as orientações da ATeG Agroindústria e está em processo de finalização para a conquista do Serviço de Inspeção Municipal (S.I.M.), certificação da prefeitura que garante a qualidade dos seus produtos na cidade. 

Agora, ela considera que está “com a faca e o queijo na mão” para alcançar ainda mais degraus. “Não precisa ter muito para você melhorar. Eu não tinha nada, não tenho nem terra em meu nome e olha o que já conquistamos. O que precisa é querer evoluir, investir, ganhar dinheiro e agregar valor ao seu produto. Já somos espelho e seremos ainda mais, porque queremos visibilidade nacional, quero a VM Leite atendendo o Brasil todo”, destacou.

Desenvolvimento foi possível graças a alinhamento entre produtora e técnica

ATeG Agroindústria – Com a supervisão de Thiago Salapata, a ATeG Agroindústria do Senar-MT atende um grupo de 30 produtores rurais na Baixada Cuiabana, em diferentes cadeias produtivas. O objetivo é buscar a regularização sanitária tanto para produtos de origem animal quanto vegetal.

Segundo a técnica de campo credenciada ao Senar-MT, Paula Seixas, cada um detém uma particularidade. “Para os produtos de origem vegetal é necessário o alvará sanitário. Já na linha animal, onde entra os derivados de leite, é exigido o S.I.M. a nível municipal e outras certificações estaduais e federais. A assistência dá orientação para o produtor conseguir as documentações e alcançar a certificação”.

Ainda segundo a técnica, é preciso desmistificar que é necessário um grande investimento para ser regularizado. “Às vezes, o produtor pensa que precisa de uma megaestrutura e não é. O que precisamos é atender padrões básicos de questões sanitárias e conseguir as certificações para conquistar novos mercados”.

Assistência técnica – A ATeG está auxiliando produtores rurais de todo o estado em 13 cadeias produtivas e tem trazido bons resultados no campo. O gerente da ATeG, Bruno de Faria, destacou a importância do fortalecimento do programa. “Estamos trabalhando para estimular o crescimento da assistência técnica em Mato Grosso e auxiliar no desenvolvimento das atividades produtivas do nosso estado”.

Os interessados em serem atendidos pelo Programa devem entrar em contato com o Sindicato Rural que atende o seu município. É importante ressaltar que a assistência técnica é ofertada sem qualquer custo aos participantes, graças aos recursos dos produtores rurais.