Esta semana se comemora o Dia Internacional da Mulher. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais mulheres que homens no Brasil e, elas estão cada vez mais conquistando espaço em todas as áreas e, especialmente no mundo dos negócios. Seja por necessidade de assumir os gastos familiares ou para atender o sonho de ter um negócio próprio. No programa Senar Tec Leite, desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) não é diferente: as mulheres também se destacam.
Implantado há cerca de seis meses, o programa que atende 120 propriedades, na região de Pontes e Lacerda, a cerca de 400 quilômetros de Cuiabá tem muitas pecuaristas que administram as propriedades sozinhas ou com o auxílio das famílias. O que não falta são histórias interessantes de mulheres fortes, guerreiras que não têm medo nem do preconceito e muito menos do trabalho pesado e constante de uma propriedade que desenvolve a pecuária de leite.
Vera Campos, Luciene Naves e Carmem Lima fazem parte deste grupo que está sendo atendido pelo programa Senar Tec Leite. Além de contar suas histórias, elas pontuam as dificuldades que enfrentam no cotidiano pelo fato de serem mulheres.
Vera Campos, proprietária do Sitio Bom Jesus, localizado no município de Pontes e Lacerda, conta que a família tinha um pequeno rebanho de gado leiteiro. “No começo tínhamos dificuldades em alimentar os animais, não sabíamos o que era mais adequado e nem como aumentar o lucro da propriedade”.
Foi então que a família Campos passou a fazer parte do Senar Tec Leite. “Este programa nos ajudou muito na transformação da propriedade. Com a visita do técnico podemos tirar as dúvidas e encontrar as melhores formas de melhorar a qualidade do leite”, ressalta Vera que está sempre à frente dos negócios da família.
Assim como Vera, Luciene Naves é proprietária há seis anos do Sítio Capim Verde, também localizado em Pontes e Lacerda. Ela também está no Senar Tec Leite e conta que a visita constante dos técnicos ajudou a olhar com mais cuidado as despesas e analisar os lucros da propriedade.
Segundo ela, com pouco mais de seis meses inserida no programa e aplicando as dicas dadas pela equipe técnica do Senar-MT, observou um crescimento significativo tanto nos lucros, quanto na qualidade do leite. Para o futuro, a pecuarista Luciene espera aumentar a produção e, consequentemente, a rentabilidade.
Um pouco diferente de Vera e Luciene que têm pessoas da família que ajudam na “lida” do cotidiano, Carmem Lima Albuquerque administra sozinha sua propriedade também localizada em Pontes e Lacerda. Ela conta que no começo enfrentou muito preconceito por ser mulher, separada do marido e ainda com duas crianças para criar, mas com o passar do tempo e sua persistência em fazer a pequena propriedade de leite dar lucro essa fase do preconceito foi superada.
Atualmente a propriedade de Carmem é considerada modelo na região. Há 12 anos na atividade, ela conta com orgulho a evolução que houve nos negócios e garante que sem a assistência técnica não há como desenvolver a bovinocultura de leite. Ela ressalta ainda que é preciso estar sempre em busca de conhecimento para melhorar a produção e a produtividade do negócio. “Comecei com uma estrutura pequena, mas fui investindo em alimentação, qualidade dos animais e, especialmente em conhecimento. O resultado foi muito positivo e o título de propriedade modelo”.
MERCADO – Mato Grosso é o oitavo produtor nacional de leite, registrando uma produção anual de 618 milhões litros, o que representa 3% da produção brasileira. Apesar disso, nos últimos 10 anos a produção de leite cresceu 154,29%. Mesmo com as dificuldades, a cadeia produtiva está em expansão no Estado. Em Mato Grosso, a região Oeste do estado, onde está localizada Pontes e Lacerda, onde foi implantado o Senar Tec Leite é responsável por 43% da produção, ou seja, 264.914 milhões de litros/ano.
Dados do Instituo Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária (IMEA), apontam que 84% das propriedades produtoras de leite contam com mão de obra familiar. A média da produção é de 5,9 litros por dia e apenas 2,9% contam com assistência técnica. Deste total 2,6% recebem orientação dos laticínios e 0,3% assistência técnica do setor público.
PROGRAMA – O Senar Tec Leite é realizado pelo Senar-MT em parceria com os Sindicatos Rurais. De acordo com o gerente de Educação Formal e Assistência Técnica, Armando Urenha, ao todo estão sendo assistidas 120 propriedades e há quatro laticínios envolvidos no projeto. Até agora o Senar Tec Leite trabalhou na coleta de dados sobre a produção, qualidade do leite e também a renda do produtor. Os primeiros dados oficiais devem ser divulgados já nos próximos meses.
O Senar-MT juntamente com a Famato, o Imea e os 89 sindicatos rurais formam o Sistema Famato, que dá suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representa os interesses dos produtores rurais do Estado. O Senar está no Facebook e no Instagram. Curta a Fan Page www.facebook.com/SenarMt e a conta @senar_mt.