Todas as entidades e empresas visitadas pelos integrantes da Missão Técnica Famato/Senar – Argentina  2015 estão investindo em capacitação. Mais que isso, o chefe do departamento de promoção interna, engenheiro agrônomo Adrian Eduardo Bifaretti, do Instituto de Promoção de Carne de Gado Argentina (IPCGA) diz que há uma preocupação com a possibilidade de extinção de algumas profissões do setor da pecuária.

Segundo ele,  já existe dificuldade de encontrar profissionais que atuam como vaqueiros, vacinadores, inseminadores e outros. “A cada dia está mais difícil encontrar profissionais qualificados”, reclama.

Para amenizar esta dificuldade, o Instituto oferece o ensino virtual a distância. De acordo com Bifaretti são ofertados entre 10 e 14 cursos por ano com carga horária que varia de quatro a seis horas por semana.  “São gratuitos e a demanda é muito grande. Já tivemos 400 inscritos para ocupar 80 vagas. Só temos uma regra. Se a pessoa se inscreve uma vez e não conclui o curso ela não pode mais se inscrever”, explica.

A escolha destes treinamentos é feita a partir da demanda. Os mais procurados são os que estão relacionados com a área de alimentação dos animais, manejo e também aqueles que tratam da gestão da propriedade. O objetivo é sempre capacitar os profissionais para ter melhor rentabilidade no campo.

Além disso, o Instituto também realiza oito seminários por ano nas regiões pólo da Argentina. São palestras sobre os mais diversos assuntos e que tem o objetivo de incentivar a capacitação do homem do campo e discutir vários outros assuntos relacionados ao setor.  “Estes eventos chegam a reunir 500 pessoas e são gratuitos”, diz Bifaretti.

Outra  ação do Instituto são os dias de campo. Assim como em Mato Grosso são divididos em duas etapas. Pela manhã são realizadas as palestras e no período da tarde os participantes vão para o campo visitar as estações, ou seja, ver na prática as ações que dão bom resultado e aquelas que devem ser evitadas.

O objetivo do IPCVA é criar demanda para a carne argentina tanto no mercado nacional como no internacional.  Atualmente 93% da carne produzida no país é consumida pelos próprios argentinos. Outra meta é implementar estratégias para melhorar o posicionamento dos produtos no exterior,  planejar e desenvolver estratégias de promoção para  aumentar o consumo interno que tem caído nos últimos anos.

Assim como o IPCVA, O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), Unidade de Rafaela, na Província de Santa Fé também investe em capacitação. Além dos dias de campo, também oferece um curso para os produtores de leite, mais especificamente para aqueles que fazem a ordenha. O diretor da instituição, Jorge Luiz Villar Excurra conta que mais de 36% das pessoas que trabalham neste setor, na Argentina  foram capacitados pelo Inta.

Ao todo já foram realizadas 14 turmas. A primeira aconteceu em 2006 e,  desde então foi se estruturando e se espalhando por todas as unidades do Instituto. Com a duração de três meses, o curso é semanal sendo que no primeiro momento os integrantes têm a parte teórica e depois a prática.

Escurra  explica ainda que um pouco diferente dos demais, neste curso, o instrutores valorizam o conhecimento que as pessoas já têm.  “O curso acontece existe a demanda, ou seja,  quando se juntam mais de 20 pessoas e solicitam o treinamento junto ao Inta”.

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