A CASA DA FAMÍLIA RURAL

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Integração lavoura-pecuária muda cenário do Araguaia

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Chamada de "Nova Fronteira Agrícola", os municípios do Vale do Araguaia passam por uma mudança que salta aos olhos. Onde há cerca de quatro anos os solos eram ocupados em sua maioria com pastos, hoje predominam lavouras.

 

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Água Boa, Laércio Fassoni já notou a predominância da agricultura na região até mesmo nos treinamentos mais demandados junto ao Senar-MT. "Há quatro anos, 70% dos treinamentos que solicitávamos eram voltados para a pecuária e hoje 80% são para capacitações em cadeias produtivas da agricultura", informa.

 

Altamente tecnificadas, as lavouras exigem máquinas de última geração para se ganhar no custo de produção. Na opinião de Glauber Silveira, conselheiro do Senar-MT e presidente da Aprosoja Brasil, os sindicatos dos produtores rurais têm um papel importante nesse processo, capacitando a mão de obra através de treinamentos do Senar. "Falamos em um custo de defensivos que varia de 150 dólares/ha a 200/ha. Se considerarmos 10% de erro, estamos falando de 20 dólares/ha, que equivale a uma saca de soja. O custo é muito alto, então precisa-se também de funcionários muito qualificados", destaca.

 

Os produtores de Água Boa, Canarana, Nova Xavantina e Querência acreditam que a agricultura vai trazer inúmeros benefícios inclusive para o desenvolvimento urbano, com relação à saúde, escolas, comércio, construção civil, dentre outros.


Mas na opinião de Jetson Giacomolli, de Água Boa, os produtores não vão abandonar a pecuária, já que têm bastante conhecimento sobre esta atividade. "Ele vai conseguir fazer esse consórcio agricultura-pecuária, porque temos essa janela de entressafra, quando pode ser feito um confinamento usando a palhada como alimento para o gado."

 

A mesma opinião tem Endrigo Dalcin, de Nova Xavantina. Para ele, a integração lavoura-pecuária tem ajudado muito para que a quantidade de gado não diminua na região, que ainda tem cerca de 4 milhões de pastos degradados que podem ser transformados em lavouras.

 

"Vemos que a tecnologia na pecuária vai aumentar, evoluindo junto com a agricultura para que o produtor possa investir em nutrição e melhoramento genético dos animais", afirma. Segundo ele, a expectativa de produção de plantio para a próxima safra na região do Araguaia é de 1,5 milhão de hectares, o que é 200 mil ha maior que na safra passada.

 

O supervisor do Senar-MT – regional Barra do Garças, Rafael Fabri,  explica que o Senar-MT participa de todo esse processo de transformação levando capacitação para o homem do campo por meio dos Sindicatos Rurais. Segundo ele, além da área de máquinas agrícolas, os treinamentos indicados para este novo momento da região são os de Bovinocultura de corte, Confinamento, Semi-confinamento, Manejo e recuperação de solo e Florestamento e reflorestamento. "Levamos paralelamente treinamentos que são voltados para a recuperação do solo, já que o produtor não vai somente plantar e tirar benefícios dessa área, pois também precisa de solo de qualidade."

 


Todos os treinamentos oferecidos pelo Senar-MT são gratuitos. Os interessados em  se qualificar devem procurar o sindicato dos produtores rurais de seu município. Mais informações sobre os cursos estão no site www.senarmt.org.br .