Hoje o operador de máquinas, Leandro Ludgh, 30, não para de sorrir. Mas, nem sempre foi assim. Nascido no Estado de Santa Catarina, sem oportunidade de emprego, decidiu buscar novos caminhos. Venho com a família há 10 anos para Mato Grosso. Na região de Diamantino (200 km de Cuiabá) começou a lida no campo e agora exerce o cargo de operador de máquinas nível 3, o mais especializado na propriedade em que trabalha. “Sempre trabalhei na lavoura, mas até chegar aqui tive que fazer muitos cursos”, conta.
Segundo Ludgh, para trabalhar com as máquinas de propriedades rurais de Mato Grosso não há outra saída a não ser a busca pelo conhecimento, e um dos parceiros mais presentes nas fazendas e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). “Eu fiz dois cursos pelo Senar, o de Operação e Manutenção de Máquinas Agrícolas e de Segurança e Saúde do Trabalhador Rural [NR 31.8]”, citou. “Quem não sabe o que se pode fazer com uma máquina dessas perde a vaga”, alertou.
Depois dos treinamentos o operador teve a oportunidade de ser promovido na Fazenda, que faz parte de um grupo que possui doze propriedades rurais capaz de plantar 300 mil hectares de soja ao ano. “Meu salário praticamente triplicou. Melhorou tudo para mim, por isso recomendo que os colegas façam os cursos do Senar e se tiver outros treinamentos e eu puder fazer eu vou fazer”.
O gerente da unidade, Aramias Aguirre, confirmou que a diferença entre um trabalhador qualificado e outro sem capacitação é nítida. “Se o operador não tiver passado pelas qualificações e pegar uma maquina dessa, que tem GPS, piloto automático e 48 linhas de plantio não adianta nada, aliás pode até dar prejuízo para a empresa, caso estrague o equipamento”, destacou.
Aguirre argumentou que há falta de mão de obra capacitada no mercado e isso levou o grupo a adotar, há pelo menos três anos, uma política de valorização e qualificação dos profissionais. “Antes tínhamos uma alta rotatividade de pessoas, algo em torno de 60% ao ano. Agora implantamos um plano de cargos e salário na empresa, sempre atrelado a qualificações para estimular a participação dos funcionários, e temos uma forte parceria com o Senar para sempre oferecermos os treinamentos”, lembrou.
Tanto é verdade que assim como Leandro Ludgh, outros 17 dos 35 operadores de maquinários da fazenda também são operadores de máquinas nível 3 e os demais já estão passando por treinamentos.