As mulheres têm papel efetivo na organização e estruturação do patrimônio das propriedades rurais, participam das grandes decisões e são bem-sucedidas na área de gestão. A avaliação é da chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Andréa Barbosa Alves, ao conhecer o resultado da pesquisa que mostra perfil da mulher no agronegócio, desenvolvida pela Fran6 Pesquisa em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), divulgada no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio 2016, esta semana em São Paulo.
Para Andréa o que mais chama a atenção nas mulheres do agro é o investimento em capacitação continuada. “Elas querem produzir bons resultados e padrão na produção, mas também pensam na equipe como comunidade porque convivem com as famílias que estão dentro da propriedade rural. Elas são agregadoras, detalhistas, se preocupam com o bem-estar animal”, destaca Andrea.
Durante o evento, Andréa e a Coordenadora Técnica do Programa CNA Jovem, Fernanda Jackeline Nonato, também conheceram de perto a história de mulheres que fazem a diferença no setor agropecuário brasileiro. Ela conta que muitas produtoras receberam a propriedade rural como herança e já estavam inseridas no processo de sucessão, a herança programada. Outras tinham familiares na propriedade rural, mas deixaram o campo para estudar na cidade e, depois, precisaram voltar para assumir a gestão da propriedade. Além das representantes de Brasília, Andréa e Fernanda, estavam presentes no congresso técnicas de algumas regionais do SENAR e uma participante do CNA Jovem 2016, Talitha Tábatha do Ceará.
A coordenadora do CNA Jovem diz que participar desse tipo de evento e a rede de contato que proporciona é oportunidade riquíssima. “Afinal, tínhamos ali várias mulheres que são ícones dentro do setor e que tem muito a contribuir para o nosso programa e as demais ações de continuidade na Rede CNA Jovem. Isso nos faz perceber o quanto as mulheres do setor, das mais jovens as mais experientes, estão sedentas por conhecimento e o quanto elas valorizam as oportunidades, as tendências de gerenciamento e a inovação”, declara Fernanda.
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O SENAR desenvolve um programa especialmente para as mulheres do campo. Com carga horária de 40 horas/aula, as participantes aprendem noções de gestão e com conteúdos específicos de desenvolvimento humano. O Programa ajuda as mulheres a melhorar a administração da propriedade, seja como chefe de família ou auxiliando o marido e transformando a participação feminina em fator decisivo para o sucesso da empresa rural.
Resultado da pesquisa
As mulheres geralmente são mais sensíveis, abertas a inovações, possuem visão sistêmica dos processos e têm grande capacidade de transformação e buscam constantemente a qualidade. De acordo com a pesquisa sobre o perfil da mulher do campo, essas características também se aplicam às produtoras rurais. O levantamento aponta que, das 300 entrevistadas, 57% participam ativamente dos negócios rurais; 2/3 são casadas e têm filhos; 88% se consideram independentes financeiramente; 60% tem curso superior completo e 55% acessam a Internet diariamente.