A CASA DA FAMÍLIA RURAL

A CASA DA FAMÍLIA RURAL

Capacitação melhora relação homem animal e aumenta produção e rentabilidade

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Manejo de tropa foi um dos assuntos tratado nos dias de campo da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). Dos 100 encontros que têm como objetivo levar conhecimento ao produtor rural, 10 foram sobre gado de corte, que além do manejo de tropa também trouxe como tema assuntos como primeiros socorros na área rural e nutrição animal.

O projeto “100 dias de Campo da ATeG – realizado em 15 dias”, levou conhecimento para produtores de outras oito cadeias produtivas, como a bovinocultura de leite, fruticultura, horticultura e outras. O projeto será concluído esta semana e a expectativa é que mais de 5 mil pessoas tenham participado dos eventos realizados em cada canto e recanto de Mato Grosso.

Instrutor tem ensinado manejo de tropas para pecuaristas

Ricardo Escobar é instrutor credenciado junto ao Senar-MT e foi um dos palestrantes que falou sobre manejo da tropa. Com o intuito de compartilhar informações, ampliamos a conversa com Ricardo Escobar, de 48 anos. O amor pelos bichos foi despertado em seu coração desde criança. A doma foi o seu primeiro passo nesta “lida”. Ele foi autodidata. Depois virou profissional da área e, mais que domar os cavalos, ele também mostra ao produtor rural como manejar a tropa de maneira prática e eficiente.

Um pouco emocionado e com os olhos brilhantes Escobar aceitou falar um pouco mais sobre o assunto.

Senar-MT – A relação homem cavalo começou quando você tinha quantos anos?

Ricardo Escobar – Eu tinha pouco mais de 13 anos. Aos 17, assumi o cargo de capataz e depois fui gerente, mas sempre lidei com a tropa. Às vezes eu tinha raiva de trabalhar com alguns animais, mas depois de fazer alguns cursos tudo foi ficando mais fácil. E esta lida com o cavalo ficou muito prazerosa. O cavalo nos ensina muita coisa.

Senar-MT – As primeiras domas que você fez, quando era ainda muito jovem, foram intuitivas?

Ricardo Escobar – Sim. Era o tradicional. O que aprendi com meus pais e avós. A partir do momento que me capacitei, comecei a fazer a doma racional e entender o animal. E assim, meu trabalho fluiu muito rápido.

Ricardo Escobar durante Dia de Campo da pecuária de corte

Senar-MT – O que você ensina nos seus cursos?

Ricardo Escobar – Eu chamo a atenção para que as pessoas entendam os animais e suas reações, verifiquem a história de cada um deles e entendam como eles funcionam e como pensam.A partir deste momento tudo flui com mais facilidade.

Senar-MT –  O que você diria para quem recebe um animal que pode ser meio chucro, ou que vem com vícios? Como este primeiro contato deve ser?

Ricardo Escobar – Quando ele é totalmente chucro é mais fácil, mas quando ele chega bravo ou arredio é um pouco mais difícil. É preciso conhecer a história do animal para saber se ele já foi judiado. Então, a primeira atitude é descobrir o que aconteceu com este animal. Em seguida ganhar a confiança do animal. Depois disso, eu explico como funciona a relação entre homem e bicho e, aí sim, começamos o trabalho.

Senar-MT – Você mencionou que o cavalo pensa e que ele tem uma forma de relação específica com o homem, como é isto?

Ricardo Escobar – O cavalo trabalha sob pressão e alívio.  De repente a pessoa que trabalha com este animal está colocando muita pressão e zero de alívio. O animal só aprende no alívio. E, quando ele entende que atendendo o que o dono quer ele recebe um agrado, ele faz.

Os interessados neste assunto devem procurar o Sindicato Rural que atenda a sua localidade para saber se estes cursos estão previstos para acontecer em seu município e se há vagas.