A CASA DA FAMÍLIA RURAL

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Parceria garante qualificação de reeducandos da Penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva

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Com a turma que recebeu o certificado do treinamento de Operação e regulagem de implementos agrícolas para semeadura, nesta semana, já são 490 certificados emitidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem de Mato Grosso (Senar-MT) e Sindicato Rural de Água Boa para os reeducandos da Penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva, de Água Boa. A meta é que até o final de 2019 sejam emitidos 550 certificados para este púbico.

"Tudo começou em 2016", conta o presidente do Sindicato Rural de Água Boa, Antônio Fernandes de Mello, popularmente conhecido como Tunico. Segundo ele, se observou que o índice de reincidência de retorno ao presídio era muito menor entre aqueles que durante o cumprimento da pena saiam para trabalhar. "Diante desta constatação, propusemos uma parceria junto a penitenciária e começamos o projeto de capacitação e qualificação dos reeducandos".

Em 2016 foram três treinamentos e 45 certificados. Em 2017, o número aumentou para sete treinamentos e 105 certificados. Já em 2018 foram nove turmas e 135 certificados e, em 2019, já foram realizados 13 treinamentos e emitidos 205 certificados.  "Ainda temos mais quatro turmas para capacitar. As áreas de máquinas e implementos agrícolas e horticultura são os mais procurados", conta o presidente.

Para o superintendente do Senar-MT Otávio Celidonio é gratificante ver o sucesso desta parceria entre Sindicato Rural e a penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva. "As vagas são concorridas e, isso mostra que as pessoas querem a qualificação. Elas querem estar preparadas para o mercado de trabalho quando terminarem de cumprir a pena e forem libertadas. Ao todo, no final de 2019, serão mais de 500 pessoas preparadas para atuarem no setor do agronegócio".

Tunico acrescenta que os reeducandos que fazem os treinamentos ofertados pelo Senar-MT e Sindicato Rural são selecionados por uma Comissão formada pela equipe do presídio. Para as aulas práticas ministradas fora da penitenciária, os reeducandos utilizam tornozeleiras e são acompanhados por agentes penitenciários. "Isso garante a segurança de todos", enfatiza o presidente.

Ele conta ainda que a equipe do presídio observou que o índice de reincidência no crime por aqueles que não passam pela capacitação chega a 80%.  “Já entre os que fazem os treinamentos,  o índice de reincidência é menor que 10%. Nestes quatro anos nunca tivemos nenhum problema com estas turmas. Tudo é feito com muita segurança e percebemos que há um interesse grande dos reeducandos para aprender e se preparar para atuar no mercado após cumprirem a pena”, diz Tunico.

A mobilizadora do Sindicato Rural de Água Boa, Líria Knutzen acrescenta que este ano, assim como nos anteriores, 10 participantes fizeram cinco treinamentos para se qualificar com o objetivo de trabalhar na cadeia produtiva da Soja e do Milho. "Mais voltado para o setor de máquinas e implementos agrícolas, eles participaram dos treinamentos de Mecânico de tratores, Operação e Manutenção básica de pá carregadeira, Operação de tratores agrícolas, Operação e regulagem de implementos agrícolas para semeadora e Aplicação de agrotóxicos utilizando pulverizador autopropelido"

REUNIÃO – esta semana uma equipe composta pelo desembargador Orlando Perri, promotores, juízes e até o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende esteve reunida com representantes do Sindicato Rural de Água Boa e da penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva. "Fizeram muitos elogios tanto ao Sindicato, quanto ao Senar-MT e conversamos bastante sobre o futuro do projeto", conta o presidente Tunico.

Segundo ele, o próximo passo é buscar oportunidades de emprego para estes reeducandos que estão terminando de cumprir a pena. "Pedimos ajuda para encontrar postos de trabalho não só na iniciativa privada e nas propriedades rurais, como também no serviço público, incluindo a promotoria, fórum e até a justiça de trabalho".