A falta de mão de obra para o campo não é um problema apenas do Brasil. Nos Estados Unidos, o fenômeno também ocorre, tanto em quantidade quanto em qualidade. É o que avalia o diretor executivo de Políticas Públicas do Farm Bureau, Dale Moore. O Farm Bureau é uma instituição equivalente à Confederação Nacional da Agricultura do Brasil (CNA). O diretor relatou o problema aos produtores de Mato Grosso que estão em Missão Técnica aos Estados Unidos até o dia 7 de março.
A comitiva participou de uma reunião com Moore na sede do Farm Bureau, em Washington, na tarde desta segunda-feira (29.02). Dentre os vários questionamentos feitos, surgiu a dúvida sobre a qualidade da mão de obra. "Sofremos com este problema. Tanto em quantidade quanto em qualidade. Um exemplo é o estado da Califórnia, que produz fruta, mas tem uma limitação muito grande no número de trabalhadores", citou o americano.
Segundo o diretor, o produtor não pode importar esta mão de obra. "Tudo é feito ilegalmente. Temos 11 milhões de trabalhadores ilegais nos Estados Unidos", sentenciou. “Todo mundo sabe disso, mas ninguém faz nada para resolver", reclamou. "A penalidade é muito grande para o produtor se ele for pego pela fiscalização. Queremos legalizar esta forma de trabalho, ou seja, dos não-americanos trabalhando na produção do país. Esta é uma frente de trabalho da Farm Bureau", explicou.
Não há uma entidade como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural nos Estados Unidos, mas o país conta com parcerias e programas para capacitar universitários para o setor rural. Um exemplo é o do Future Farmers of America (FFA), criado em 1928 nos EUA, que foi a inspiração para o desenvolvimento do projeto Futuro Produtores do Brasil.
Os produtores de Mato Grosso chegaram à "terra do Tio Sam" no dia 28 de fevereiro e, nesta segunda-feira, antes de chegarem ao Farm Bureau, estiveram visitando a USDA (Departamento da Agricultura dos Estados Unidos, tradução livre) e o United States Capitol (Prédio do Congresso Americano) e o Senado. A programação da Missão ainda prevê visita a propriedades de confinamento no estado do Kansas, além da participação no Cattlemen’s Day (o dia de Pecuarista) na Universidade Estadual do Kansas – Kansas State University.
A atividade é uma realização do Senar-MT em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O Senar-MT faz parte de um conjunto de entidades que formam o Sistema Famato, assim como a Federação, o Imea e os 89 sindicatos rurais do Estado. Essas entidades dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio. O Senar está no Facebook e no Instagram. Curta a Fan Page www.facebook.com/SenarMt e a conta @senar_mt.