A expertise na fabricação de farinha de mandioca a Associação de Pequenos Produtores Rurais da Comunidade São Benedito – Remanescentes as comunidade dos quilombos, na zona rural de Poconé, já tem. Agora as 32 famílias participantes da Farinheira São Benedito querem aprender sobre estratégias de organização associativista e cooperativista.
Por isso, solicitaram ao Sindicato Rural de Poconé uma turma do treinamento de 40 horas do Serviço nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) de Associativismo e Cooperativismo. "A ideia é que todas as famílias passem pela capacitação para que o entendimento seja de todos", revela a associada Maria Auxiliadora de Almeida.
Ela conta que a associação existe desde 1982, quando os moradores da comunidade remanescentes dos quilombos, e, que fica a 60 km do município de Poconé, se uniram para industrializar o produto. "Este foi um primeiro passo de organização, pois até então a farinha de mandioca era feita artesanalmente nas residências".
Nesta época fazer farinha dava muito trabalho, como lembra outra associada, Terezinha de Jesus Silva Almeida, apontando para uma antiga prensa mecânica, que exigia o esforço de quatro homens que revezavam entre si para girá-la durante o processo de drenagem da mandioca ralada. "Hoje a prensa hidráulica facilita muito, e temos o forno com pás que giram eletricamente. Não precisamos ficar mexendo para torrar a farinha", conta.
Atualmente, a associação organiza a produção de farinha de mandioca envolvendo todos os membros. Cada família tem seu lote de terra onde plantam a mandioca e, a cada colheita, todas as famílias reúnem-se, cada um em sua função, para produzir a tradicional farinha da mandioca São Benedito. A renda pós venda do produto fica para os proprietários das mandiocas.
Eles observam que há demanda para expandir a produção de farinha de mandioca, hoje em torno de 4 toneladas por mês. "Só não produzimos mais por falta de matéria prima", diz a secretaria da associação, Érica Gonçalves de Souza, adiantando que para a produção chegar aos 200 fardos de 20 kilos de mandioca por mês é preciso compra mandioca de propriedades vizinhas.
O transporte também é organizado para reduzir custos. Érica explica que quinzenalmente quatro famílias se unem para levar o produto para ser comercializada em Poconé. O valor cobrado pelo frete é de R$ 50, por pessoa, e mais R$ 2,00 por fardo de farinha. Ao passo que se forem carregados 20 fardos, paga-se R$ 70 de frete.
"O comércio de Poconé absorve toda a produção" destaca Érica. "Os mercados maiores compram geralmente 15 fardos e as mercearias menores compram entre dois e três fardos", explica. Além de secretaria da Associação, ela também trabalha na escola da comunidade como auxiliar, mas diz que o lucro com a farinha é maior que o salário da escola.
Associativismo e Cooperativismo – O treinamento solicitado pela Associação trará conceitos sobre A sociedade e o Associativismo; de Associação; Vantagens nas ações coletivas; Processo de constituição das associações; Princípios Administrativos para associações; Definição de cooperativismo; Estrutura do cooperativismo; Composição do sistema cooperativista; Conceito de empresa cooperativa; Sociedade cooperativista – Novo código civil; Constituição de cooperativa; Autogestão do Cooperativismo. Além de temas como Ética e Cidadania; Segurança e Saúde no trabalho; e Meio Ambiente.
O Senar-MT faz parte de um conjunto de entidades que forma o Sistema Famato. Essas entidades dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais do Estado. É formado ainda pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e pelos 87 sindicatos rurais do Estado. O Senar está no Facebook. Curta a Fan Page (www.facebook.com/SenarMt).