Nas últimas duas semanas, a Expedição Soja Brasil viajou mais de 5,6 mil km e visitou 18 municípios mato-grossenses.
Em sua segunda edição, o projeto, criado pela Aprosoja Brasil, conta desde o início com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) durante a passagem pelo Estado.
Percorrendo dois municípios por dia, a equipe levantou diversas demandas e dificuldades enfrentadas pelos produtores. Os presidentes de sindicatos dos produtores rurais, principais parceiros do Senar-MT, falaram sobre a situação do seu município.
Na primeira semana, a Expedição passou pelos município das regiões oeste e médio-norte: Campos de Júlio, Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Diamantino, Nova Mutum, Tapurah e Lucas do Rio Verde.
Já na segunda semana, foram visitados os municípios das regiões sul e Araguaia: Vera, Sorriso, Alto Garças, Rondonópolis, Campo Verde, Jaciara, Primavera do Leste, Nova Xavantina, Água Boa, Canarana e Querência.
Entre os diversos problemas detectados, a lagarta Helicoverpa armigera, que tem alto poder destrutivo, é o que tem deixado os produtores em estado de alerta constante. Em Sorriso, o presidente do Sindicato Rural, Laércio Lenz, já teve notícias de que, apavorados com a possibilidade de prejuízos com a lagarta, alguns produtores estão fazendo aplicações excessivas de defensivos como método de prevenção.
O produtor de Primavera do Leste, Jorge Borghetti, tem uma propriedade de 4,3 mil hectares e já teve parte de sua lavoura atacada pela praga. Ele conta que faz monitoramento e tenta entender os hábitos dela para o controle. "Fazemos certas aplicações noturnas para controle da mariposa, tentamos não deixá-la crescer, porque não temos um produto específico para controlá-la e temos que trabalhar com a tecnologia existente sem deixá-la criar resistência".
Para auxiliar os produtores na identificação das lagartas que atacam as lavouras, o Senar Central elaborou um vídeo que está no site www.senarmt.org.br para ajudar e orientar o produtor rural a se defender da Helicoverpa armigera.
Safrinha
A segunda safra ainda é uma incógnita para os produtores do Estado, já que os preços do milho não estão atraentes e na última safra, a saca chegou a ser vendida a R$ 9,00 muito abaixo do custo de produção.
Os produtores dos municípios de Campo Novo do Parecis e Tapurah encontraram como uma saída para esta questão, respectivamente, a diversificação da produção e a transformação do grão em carnes. Mato Grosso produz atualmente 65% da produção de girassol do Brasil e, boa parte é plantado em Campo Novo, que também produz milho pipoca, feijão e algodão na segunda safra. "Essa diversificação, atribuo à visão dos produtores do município que foram buscar culturas que se adaptaram facilmente ao Chapadão do Parecis. Se tirarmos o milho de Campo Novo para exportar ou para o mercado consumidor da região sul, inviabiliza a produção de milho", diz o produtor Ernesto Martelli.
O presidente do Sindicato Rural, Alex Utida, informa que, em 2013, o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, em parceria com o Senar-MT, qualificou mais de 1,4 mil pessoas em 94 cursos, sendo que metade deles voltados para a cadeia de soja e milho. "Além da questão logística, o grande desafio que existe na agricultura hoje é a falta de mão de obra, o que limita nosso crescimento, e o Senar vem trazendo cursos que nos ajudam nesse processo".
Conversão
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o volume de milho produzido em Tapurah é de 480 mil toneladas, a mesma quantidade de soja. O município tem 17,4% do rebanho de suínos em Mato Grosso, com mais de 360 mil cabeças, e 1,8 milhões de aves (5,8% do Estado).
"Escolhemos agregar valores e como somos pequenos produtores, escolhemos iniciar a criação de suínos em nossa propriedade em 1999", ressalta o produtor Darci Martelli, que tem uma das oito granjas particulares no município.
Em Tapurah já ocorreram duas turmas de qualificação com cerca de 30 participantes do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da suinocultura brasileira.
Ao todo, o Senar-MT oferece 127 treinamentos que atendem as necessidades de 14 cadeias produtivas. Além disso, também há os 17 programas especiais que capacitam pessoas não só no setor do agronegócio, como em vários outros. Todos os treinamentos do Senar-MT são oferecidos gratuitamente.
Matérias
As notícias ao vivo produzidas em Mato Grosso foram exibidas diariamente no programa Mercado e Companhia do Canal Rural, nas edições de 11h20 e 17h30, e no programa Rural Notícias das 18h.
Até o final do ano, a Expedição Soja Brasil percorrerá ainda propriedades de Goiás e Mato Grosso do Sul. Serão visitados ao todo 13 estados, totalizando 40 mil km. As atividades terminam em março durante a Expodireto em Não-me-toque (RS).
O Senar está no Twitter e no Facebook. Siga @senar_mt e curta a Fan Page (www.facebook.com/SenarMt) da instituição de ensino rural que está presente em todos os municípios de Mato Grosso, atuando em parceria com os 87 sindicatos rurais. Faz parte do Sistema Famato, assim como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT).