“O seminário sobre agricultura de precisão vem para otimizar a produção no município, que é considerado um dos maiores celeiros de produção do Maranhão”, afirmou o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Maranhão (Senar-MA), Antônio Figueiredo, durante a abertura do Seminário de Agricultura de Precisão no município de Balsas, segunda-feira (10.09). O município de Balsas é um dos maiores produtores de grãos do Nordeste, concentrando mais da metade da produção de soja e milho do Maranhão.
Este foi o primeiro seminário de uma série de 10 que irão ocorrer pelo país. No dia 22 de setembro será a vez de Mato Grosso receber, em Campo Verde (130 km de Cuiabá), os maiores nomes da Agricultura de Precisão para discutir o tema. O objetivo do Senar Central é levar aos produtores o verdadeiro conceitos e as aplicações da agricultura de precisão, que vai muito além do uso de máquinas. “Como a agricultura de precisão envolve a gestão da propriedade, o seminário irá ajudar o homem do campo maranhense a resolver essa questão, pois atualmente existe uma dificuldade quando se trata de gestão”, explicou Figueiredo.
O pesquisador da Embrapa Ricardo Inamasu iniciou os trabalhos com a palestra Agricultura de Precisão: Base Conceitual, alertando que mapas e satélites não demonstram tudo o que é AP. “Essas são as primeiras coisas que encontramos quando pesquisamos sobre AP, mas agricultura de precisão é na realidade à volta a terra. Ou seja, o produtor entra em contato com a terra, entende o que cada área tem e aproveita o máximo de tudo o que há na propriedade”, explicou Inamasu. “É uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade espacial para maximizar o retorno econômico e minimizar o efeito negativo ao meio ambiente”, ressaltou.
Ricardo Inamasu citou algumas questões importantes que devem ser levadas em consideração antes do produtor investir na compra de equipamentos de precisão. “É interessante ver a variação do solo e a área que produz mais e a que produz menos, além de criar um mapa de produção”, disse.
Para o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Telmo Amado, a globalização está sendo positiva para a agricultura, devido ao desenvolvimento tecnológico. Ele ministrou a palestra Manejo de lavoura para alto rendimento. “A demanda mundial por grãos está aumentando. E a possibilidade de expandir as áreas de produção é pequena. Então como atender essa demanda? É aí que a agricultura de precisão entra, possibilitando incrementar a produtividade com gerenciamento da atividade agrícola e mantendo a preservação ambiental”, afirma.
Telmo Amado falou sobre aplicação de fertilizantes, irrigação e tipos de cultura. De acordo com ele, no uso de AP, existe o trio espaço-tempo-quantidade. “O produtor deve saber aplicar no local correto (espaço), no momento adequado (tempo) e as quantidades de insumo necessárias à produção agrícola (quantidade)”, explicou. O professor disse ainda que o produtor deve conhecer a heterogeneidade da lavoura para saber onde aplicar mais os fertilizantes e chamou a atenção para um ponto importante: “não basta um mapa bonito, tem que ter um produto de qualidade para ser aplicado, pensar no local correto e saber como foi feita a aplicação dos fertilizantes, senão não é AP”, enfatizou.
O professor Telmo concluiu dizendo que a condução da lavoura se dá com base nas tecnologias modernas de amostragem de solo, aplicação de agroquímicos, acompanhamento da lavoura, suporte técnico e mapas de rendimento.
O Senar-Central também criou o blog Agricultura de Precisão (http://www.canaldoprodutor.com.br/agricultura-precisao), um espaço com conteúdo informativo sobre o programa desenvolvido pela entidade. No blog é possível ter acesso a artigos, vídeos, fotos e notícias sobre o tema AP. Interessados também podem fazer inscrição nos seminários diretamente no blog.
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