Terminou neste fim de semana o Programa Especial Academia de Lideranças, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), de Minas Gerais. O último módulo do curso, que começou em julho, contou com a participação dos ex-ministros da Previdência Social, Roberto Brant, e do Planejamento e do Trabalho, Paulo Paiva. O objetivo da Academia de Liderança é qualificar gestores e líderes capazes de multiplicar conhecimentos e de mobilizar a classe produtiva em prol do desenvolvimento do setor.

O programa de 2011 trouxe algumas novidades. Uma delas foi o conteúdo, que passou a ser dividido em três grandes blocos que ocorreram simultaneamente em três turmas. Além disso, o perfil dos participantes mudou, pois contou com a participação dos colaboradores do Sistema Famato, Senar, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e, também, com os representantes e colaboradores da Fetagri-MT (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso). Para isso, foi assinado um termo de cooperação técnica e financeira entre o Sistema Famato/Senar-MT e a Fetagri-MT.

O presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, destacou a importância da iniciativa. "Reunimos aqui vários líderes de várias instituições, federações e associações. Aprendemos com os melhores do ramo no Brasil e com estes conhecimentos adquiridos formamos novos líderes para atuar nas entidades de classe do agronegócio de Mato Grosso. A missão do Senar é possibilitar a contínua qualificação e formação do produtor rural, melhorar sua qualidade de vida e integração com a sociedade".

O ex-ministro de Planejamento e do Trabalho durante a gestão do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, Paulo Paiva, ressaltou que o desenvolvimento de competências e a capacidade de liderança e de acesso à informação contribuem para dar autonomia às pessoas para atuarem em diversas atividades. "A Fundação Dom Cabral é de fato uma instituição que ajuda, por meio do desenvolvimento de recursos humanos, as empresas a serem mais eficientes e atingirem seus objetivos para ajudar no crescimento da sociedade como um todo", afirmou.

Para o aluno e suplente da vice-presidência da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Wilmondes Tomain, o curso serviu para ajudá-lo a melhorar comportamentos durante a gestão de sua propriedade. "Mesmo tendo experiência no campo, a gente ainda tem muito o que aprender. Não cabe mais ao produtor rural ser amador, ele precisa ser profissional. E o curso permite que nós fiquemos atentos aos detalhes que fazem a diferença na gestão da propriedade", avaliou Tomain.

O consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ex-ministro da Previdência Social, Roberto Brant, abordou durante o curso as relações do agronegócio com o Estado e a sociedade. Segundo ele, o agronegócio é atividade vital para a economia brasileira, mas a sociedade não entende completamente o seu papel e, por isso, além de o setor ter que lutar com problemas de produção e de mercado, precisa enfrentar o problema cultural da atividade com a sociedade.

Para desconstruir opiniões negativas que ainda existem em relação ao agronegócio, Brant defende a necessidade de todos participarem do debate cultural. "Precisamos tentar desconstruir as falsas idéias em que se baseiam essas visões de que o agronegócio é adversário da preservação ambiental, por exemplo. E isso não é verdade, exatamente porque se não existisse o agronegócio precisaríamos de muito mais terra para alimentar a população brasileira. Então, o agronegócio realiza uma verdadeira poupança ambiental por meio do aumento de produtividade, do uso de técnicas modernas e muita capitalização na atividade", argumentou Brant.

O Senar-MT, assim como a Famato, os Sindicatos Rurais de Mato Grosso e o Imea formam o Sistema Famato.