O Sindicato Rural de Água Boa, a Prefeitura Municipal de Água Boa e outras cinco entidades emitiram, nesta semana, uma Carta Aberta à sociedade mato-grossense manifestando a dor e a indignação pelas perdas financeiras e o abalo emocional causados por incêndios criminosos no campo que atingem lavouras e pastos em propriedades rurais do município e região.
O presidente do Sindicato, Antonio Fernandes lamenta as acusações que recaem sobre os produtores rurais em relação às queimadas criminosas, principalmente porque são eles os mais prejudicados. “De vítimas passamos a vilões. Nossas histórias de vida e nossos patrimônios estão sendo destruídos em chamas e ainda somos mal interpretados. Pior, somos condenados”, desabafou.
A Carta Aberta retrata a ausência do Estado nos casos de incêndios criminosos em áreas indígenas. “Infelizmente, a espera positiva [pela atuação das autoridades] se transformou-se em indignação. A sociedade e, em especial, os produtores rurais passaram a ser acusados como responsáveis pelas queimadas em áreas indígenas”, diz trecho da carta.
São os proprietários de fazendas próximas às faixas de domínio das rodovias ou às divisas com áreas indígenas que sofrem os primeiros impactos nos casos de incêndios criminosos iniciados por terceiros. Mesmo desestimulados, o setor produtivo rural de Água Boa e região alimenta a esperança de que o Poder Público vai resolver este grave problema.
O período de estiagem que resulta na baixa umidade do ar e o aumento no número de focos de incêndios trazem consequências gravíssimas à sociedade, como problemas respiratórios, intoxicação, baixa na qualidade de vida. Sendo as crianças e idosos os mais atingidos. Além, dos danos à saúde humana, existem os danos causados ao meio ambiente e prejuízos financeiros.
As entidades autoras da Carta Aberta reafirmaram que o manifesto é válido e reforça a necessidade de uma atuação imediata de órgãos fiscalizadores estaduais e federais e que percebam a injustiça que o produtor rural sofre, porque “somos nós que queremos a solução para o problema das queimadas. Essa carta é um desabafo. Desejamos que a sociedade possa voltar a dormir tranquila e tenha sobretudo, qualidade de vida”, disse Antonio Fernandes.
“Que os verdadeiros culpados sejam identificados e punidos. Que os criminosos que agem em áreas indígenas sejam presos, julgados e responsabilizados… Essa é a nossa expectativa. Este é o nosso apelo”, diz trecho do documento.
Além do Sindicato Rural e da Prefeitura, assinaram a Carta Aberta: Núcleo da Aprosoja de Água Boa; Associação dos Engenheiros Agrônomos de Água Boa; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Associação Comercial e Empresarial de Água Boa (ACEAB) e a Câmara Municipal de Água Boa.