Em Água Boa o mês de julho começou movimentando a economia e o mercado agropecuário local. O Sindicato Rural de Água Boa foi parceiro na 28ª Expovale e a programação começou pelo “Dia de Negócios”. O evento aconteceu no Centro de Convenções do Parque de Exposições Antonio Tura e contou com a presença do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, representantes do agronegócio mato-grossense, autoridades municipais e produtores rurais.
A palestra magna sobre Integração Lavoura e Pecuária (ILP) ficou por conta do professor e PHD em ILP e pesquisador da Embrapa Gado de Corte Ademir Hugo Zimmar. Na abordagem Zimmer destacou a importância de o produtor rural investir em tecnologia. Ele reforçou ainda que é possível recuperar pastagens por meio da agricultura, via cultivos anuais de culturas como soja, milho, sorgo e arroz.
Segundo Zimmer, para que a propriedade rural se torne altamente produtiva o pecuarista deve olhar para o solo e a pastagem como o seu equipamento de produção, onde o gado é o produto final.
O presidente do Sindicato Rural de Água Boa, Antonio Fernandes de Mello, popularmente conhecido por Tunico apresentou um panorama da agricultura e pecuária da região e um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
De acordo com os dados apresentados pelo presidente Tunico, 7,1% do rebanho bovino de Mato Grosso estão na região. O rebanho está ultrapassando a casa de 2 milhões de cabeças de gado. O rebanho de equinos é de 24 mil cabeças, sendo 8,4% da produção do estado.
Na agricultura, o município de Água Boa e região tem apresentado um crescimento considerável. A soja cresceu 318% nos últimos 10 anos, chegando a mais de 3 milhões de toneladas, equivalente a 11% da produção estadual.
Mais timidamente estão o milho com pouco mais de 1 milhão de toneladas (5,15% de Mato Grosso) e o algodão com 8 mil toneladas (0,26%).
Segundo Tunico, atualmente a lavoura ocupa aproximadamente 1 milhão de hectares num raio de 200 quilômetros de Água Boa. Ele adverte que com a ILP é possível ampliar essa área para 2 milhões de hectares, sem abertura de novas áreas e sem diminuir o rebanho.
Marcos da Rosa fez uma explanação sobre o cenário do agronegócio em Mato Grosso e no país. Dentre os assuntos estavam a criação do Fethab 2, tabela de frete, licenciamento ambiental, carga tributária e os entraves no progresso e no desenvolvimento do país.
Logo após as palestras e falas das autoridades os produtores participaram das demonstrações de maquinários agrícolas.