Com a carta sindical datada de 26 de maio de 1966, o Sindicato Rural de Acorizal comemora 57 anos de fundação nesta sexta-feira. Em conversa com o presidente da instituição, Luiz Carlos da Silva, ele relembrou a trajetória do Sindicato, que dá suporte aos produtores rurais do município e da cidade vizinha, Jangada.
O sr. assumiu o Sindicato em 2012. Quais foram as principais conquistas desde então?
Sou produtor rural desde 1992 e 20 anos depois tive a oportunidade de assumir a presidência do Sindicato Rural. Foi a partir daí que conheci o Sistema Famato e o Senar-MT e as possibilidades de parceria entre as instituições. Começamos a ofertar cursos, palestras e participar de feiras da região, também em parceria com o poder municipal. Tenho um orgulho muito grande em levar todo esse desenvolvimento para os nossos municípios.
Atualmente, há quantos produtores associados?
Hoje temos em média 48 associados, mas muitas pessoas já passaram por lá como o fundador Sr. Theonilo Ramos, Sr. Oswaldo Sobrinho, Sr. Gabriel de Matos, Sr. Adolfo Furtado. São vários que já passaram, deixaram a sua marca e infelizmente alguns deles já faleceram.
Hoje, o Sr. mora em Cuiabá por conta dos compromissos com o Sistema Famato. Quem tem te ajudado na organização sindical?
O supervisor regional da época em que tomei posse indicou a Juci que é a mobilizadora até hoje. Eu estou como presidente, mas a dona do Sindicato é ela. Todo mês me apresenta um relatório, faz prestações de contas, busca capacitações e mobiliza as turmas de Acorizal e Jangada, extensão que assumimos há cinco anos, um município grande e participativo.



Quais são as principais cadeias produtivas da região?
Acorizal já foi um município da lavoura de mandioca. Em 2005, tinha mais de dois mil hectares de mandioca com 40 farinheiras, mas muitos vieram embora para Cuiabá e enfraqueceram essa cadeia na região. Hoje, o que predomina em Acorizal é a pecuária de corte e temos mais de 80% dos produtores envolvidos na agricultura familiar. Já em Jangada, tem uma grande farinheira de fécula, muita plantação de mandioca, a pecuária é forte e a soja já está começando na região também.
Com a pecuária em alta, acredito que a maior demanda de cursos seja relacionada à essa cadeia. Correto?
Sim. Temos bastante cursos de vacinação do gado bovino, domas e rédeas, mas também há uma procura muito grande para cursos de avicultura, horticultura e suinocultura, atividades desenvolvidas em sua maioria pelos pequenos produtores da região.
Além do Sistema Famato, o Sindicato também possui outras parcerias para possibilitar essas capacitações?
Todos os prefeitos sempre nos apoiaram muito para levar todo esse conhecimento para lá. Essa parceria é essencial para conseguirmos desenvolver as ações no município. Além dos treinamentos, levamos os Programas Especiais como o Cine Senar e o Mutirão Rural que trazem muitos benefícios para a população.
Na sua opinião, quais são os principais desafios para o setor agropecuário na Baixada Cuiabana?
Por aqui não temos grandes culturas e consequentemente não dispomos de maquinários agrícolas. A realidade em relação a outras cidades do agro é muito diferente e acaba que os trabalhadores migram para outros municípios em busca de emprego no campo. Apesar disso, temos feito de tudo para mostrar a importância da capacitação rural, mesmo que nas pequenas culturas.
Quais as maiores expectativas para os próximos três anos quando o Sindicato comemorará seu 60º aniversário?
Esperamos aumentar a quantidade de capacitação ofertada ao nosso município e levar mais produtores rurais para dentro da instituição. Hoje, nossa média anual é de 40 cursos e nossa expectativa é ampliar esse número.


