O auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) recebeu, nesta quarta-feira (27/08), o 2º Workshop da Formação Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Promovido pela Administração Central, o encontro reúne representantes do Centro-Oeste, incluindo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, para dois dias de programação voltada ao alinhamento das equipes regionais de assistência técnica, diante do crescimento da rede de cursos, turmas e polos em todo o país.
O evento marca também os dez anos da Formação Técnica do Senar, iniciativa que se consolidou como referência na oferta de cursos técnicos de nível médio, presenciais e a distância, voltados a produtores, trabalhadores rurais, familiares e todos os que buscam aprofundar conhecimentos no setor agropecuário. Ao longo da década, o programa se transformou em uma ferramenta estratégica para ampliar oportunidades de estudo e formar profissionais preparados para os desafios do campo.
Na abertura, o diretor Administrativo e Financeiro da Famato, Robson Marques, destacou a formação técnica como uma ferramenta de transformação. “Quando o produtor e o trabalhador rural têm acesso à formação técnica, não é apenas a vida deles que muda, mas também a da família, da sociedade e do campo.”
A diretora adjunta da Diretoria de Educação Formal e Infraestrutura (DEFI) da Administração Central do Senar, Maria Cristina Ferreira, apresentou a palestra “Fortalecer, Conectar e Realizar”, destacando a necessidade de consolidar bases sólidas para o ensino técnico e de promover um ambiente de integração entre as equipes regionais. Segundo ela, fortalecer significa criar competências para inovar, assegurar resiliência para enfrentar transformações e garantir clareza de papéis e processos. Esse alicerce, explicou, é fundamental para que a conexão entre diferentes áreas aconteça de forma natural e eficiente.

Ao abordar o pilar conectar, Maria Cristina ressaltou a importância de estabelecer redes de significado e colaboração, pautadas em valores compartilhados e na troca de boas práticas. “As conexões certas aceleram a transformação, abrem portas para recursos, tecnologias e soluções, e são capazes de gerar impacto real”, afirmou.
Por fim, ao tratar do eixo realizar, a diretora adjunta destacou que esse é o momento em que a visão deixa o papel e se transforma em impacto. Para ela, realizar é agir com propósito, definir indicadores para mensurar resultados e transformar esforço em conquistas concretas. “Tudo começa na visão e se concretiza na ação”, concluiu.
Na sequência, os participantes foram convidados para a oficina “Refletir e Agir”, uma dinâmica interativa que estimulou a identificação de desafios na execução da formação técnica e a proposição de soluções práticas. Em grupos, os representantes elaboraram painéis com a tríade problema, ação e resultado, reforçando a necessidade de planejar com clareza e medir os impactos das iniciativas.
No período da tarde, o Senar-MT apresentou a palestra conduzida pelo engenheiro agrônomo Pedro Souza, mestre em Educação Profissional e Tecnológica, que trouxe um panorama da execução da Formação Técnica em Mato Grosso. Ele destacou a evolução da oferta iniciada em 2016, a abertura de polos em diferentes municípios, o funcionamento da Escola Agrícola Ranchão e os desafios enfrentados, como o alto índice de evasão. A apresentação abordou ainda estratégias para execução dos cursos nos formatos presencial e semipresencial, inovações implementadas, a importância do acompanhamento das turmas, da valorização do estudante e das boas práticas pedagógicas, além das perspectivas de expansão dos polos e de novos cursos a partir de 2026.
A programação segue até esta quinta-feira (28/08), com apresentações regionais, oficinas e palestras sobre inovação e estratégias para fortalecer a rede técnica do Senar. O encontro, além de integrar diferentes estados, reafirma a missão da instituição em preparar profissionais para um setor agropecuário cada vez mais tecnológico, sustentável e conectado às demandas do futuro.