A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) recebeu, no dia 21 de fevereiro, um grupo de produtores rurais pantaneiros interessados em integrar o projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS). A iniciativa, desenvolvida pelo Sistema Famato e pela Embrapa Pantanal e executada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), tem se consolidado como um case de sucesso, servindo de inspiração para pecuaristas da região.
O projeto FPS, fruto de duas décadas de pesquisa, tem como objetivo facilitar o caminho para a certificação de sustentabilidade das propriedades pantaneiras. Por meio de diagnósticos detalhados, os produtores recebem suporte para uma gestão mais eficiente, alinhando a produção pecuária à conservação ambiental. A relevância do projeto foi destacada internacionalmente na 16ª Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP 16), realizada entre outubro e novembro de 2024, em Cali, na Colômbia.
O produtor rural Eduardo Catuta, zootecnista com experiência na pecuária de corte desde 1998, conheceu o FPS durante uma apresentação no parque de exposições de Cuiabá e se interessou pelo modelo inovador do projeto. Ele destaca que a sustentabilidade econômica na pecuária é um desafio, principalmente diante da expansão agrícola. Para Catuta, a conciliação entre melhoramento genético, cria e produção de carne de fêmeas na região pantaneira representa uma grande oportunidade. “O FPS nos permite entender melhor as condições do Pantanal e como atuar em áreas alagadas, garantindo a sustentabilidade da atividade”, afirmou.
Segundo o coordenador da Assistência Técnica e Gerencial do Senar-MT, Eduardo Baroni, a expansão do FPS está em ritmo acelerado. “Apresentamos o projeto ao grupo de produtores e, atualmente, estamos atendendo 45 novas propriedades. Na próxima semana, dois técnicos iniciarão atendimentos em mais 15 fazendas”, explicou.
Para o diretor de Relações Institucionais da Famato, Ronaldo Vinha, o crescimento do projeto superou as expectativas. “Inicialmente, prevíamos a expansão para 70 novas propriedades, mas, diante da grande procura, acreditamos que, até o final do ano, chegaremos a 100 propriedades atendidas. Isso demonstra que os produtores estão enxergando valor no FPS, pois ele oferece soluções reais para a pecuária pantaneira”, destacou Vinha.
Com essa expansão, estima-se que o projeto atinja uma área de 500 a 700 mil hectares, beneficiando um rebanho de aproximadamente 250 a 350 mil cabeças de gado. O produtor Thiago Hata celebrou a adesão ao projeto FPS, destacando a importância do suporte técnico que receberá em sua propriedade. “Na próxima semana, o técnico do FPS, Vitor Padilha, iniciará os atendimentos em minha fazenda, e estou muito satisfeito por participar dessa iniciativa”, afirmou Hata.
O encontro também contou com a participação de produtores e profissionais do setor, entre eles José Neves Ferreira, Jucimara Neves Ferreira, Isabele Candia, Clayson (médico veterinário do produtor Kalil Maluf), Marcelo Nogueira (supervisor do Senar-MT) e Marcos Carvalho (analista de Pecuária da Famato).