Mato Grosso tem capacidade para intensificar ainda mais a produção de milho e carnes, diversificar a industrialização dos produtos agrícolas e cultivos de pulses, além de demandar investimentos em armazenagem. É o que consta no Guia do Investidor 2020 lançado na quinta-feira (26/11) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O Guia do Investidor 2020 está no formato e-book e foi dividido em 10 capítulos, tendo um total de 182 páginas. A publicação digital está na segunda edição e traz a análise das principais cadeias produtivas e oportunidades de crescimento.
O conteúdo, voltado produtores rurais e para quem pretende investir no agronegócio mato-grossense, apresenta uma seleção de destaque de cada uma das cadeias analisadas pelo instituto. A edição mostra números do atual cenário do mercado.
O guia revelou que em 2019 a estimativa de investimentos no agro mato-grossense foi de R$ 26,1 bilhões. Deste montante, R$ 7,7 bilhões foram concluídos e R$ 18,4 bilhões anunciados no estado.
Dos R$ 26,1 bilhões, R$ 15,8 bilhões dos investimentos no agronegócio em Mato Grosso foram destinados à agroindústria em 2019. A participação do setor privado foi de aproximadamente 95% dos investimentos totais, representando ao todo R$ 24,7 bilhões, mais que o dobro do registrado em 2018.
Dos investimentos destinados ao Mato Grosso em 2018 e 2019, R$ 41,6 bilhões foram oriundos do Brasil e R$ 1,8 bilhão de outros países do mundo.
Para a analista de Conjuntura Econômica do Imea, Vanessa Gasch, a demanda mundial por alimentos está acontecendo e o mundo espera que o Brasil atenda. “Mato Grosso é o estado que tem maior potencial pelas áreas de aptidão agrícola. Podemos ainda crescer as áreas de agricultura sobre as áreas de pastagens sem diminuir a produção de carne, tendo em vista que o pecuarista tem se tecnificado e intensificado cada vez mais a produção. Então acreditamos que o estado é capaz de atender essa demanda mundial por alimentos que tendem a crescer nos próximos anos”, informou Vanessa.
Na live de lançamento do guia foram apresentadas algumas cadeias que se destacam pelo potencial de crescimento no estado, sendo elas o milho, carnes, biocombustíveis, pulses e armazenagem.
Milho – Na safra 2018/19, o Brasil produziu 100,04 milhões de toneladas de milho em uma área de 17,49 milhões de hectares, revelando um aumento de 2,7% e 14,2%, respectivamente, em relação à safra anterior.
Mato Grosso, que é o maior produtor de milho do país, participou com 32,4% na produção total do cereal.
Nos últimos 10 anos a produção de milho no estado cresceu de forma robusta. O incremento ocorreu em virtude do aumento da área de soja, tendo em vista que o milho é produzido em sua maioria como segunda safra, e também pelo aumento na demanda interna e mundial pelo cereal.
Carne – A demanda mundial de carne bovina cresceu 7,2% nos últimos 10 anos, totalizando 59,6 milhões de toneladas. O Brasil é líder mundial de exportações de carne bovina.
A produtividade mato-grossense aumentou nos últimos anos. O estado tem produzido mais carne com praticamente o mesmo rebanho e em menor área. Em 2019, o total produzido pelo estado foi de 1,52 milhão de toneladas, uma alta de 9,05% no comparativo com o ano anterior, visto que na época o volume foi de 1,39 milhão de toneladas.
Biocombustíveis – Desde a instalação da primeira usina full de etanol de milho no estado, em 2017, a produção do biocombustível não parou de crescer em Mato Grosso. Além do aumento da produção de milho, os investimentos na instalação de novas usinas no estado contribuíram para esta alta. O estado também tem potencial para aumentar a produção de biodiesel, por meio do óleo de soja. Mato Grosso já se caracteriza como um importante produtor de biodiesel do país, contribuindo com 21% da produção nacional. É esperado para os próximos 10 anos um incremento expressivo, tendo em vista o aumento da mistura obrigatória de biodiesel sobre o diesel no Brasil.
Pulses – Nos últimos 10 anos, a produção de pulses no mundo cresceu 27%. Em 2020, projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que a oferta mundial pode alcançar 89,54 milhões de toneladas. Nos próximos anos, diante do aumento mundial da população e a adição na renda das famílias, é esperado que esse consumo aumente ainda mais. No Brasil, o principal pulse produzido é o feijão, devido à grande demanda.
Na última década, a área de feijão em Mato Grosso cresceu 6,7%, alcançando 222,1 mil hectares, com destaque para a segunda safra que atualmente representa a maior parte das áreas semeadas.
Estima-se que a produção do feijão mato-grossense alcance 329,6 mil toneladas na safra 2020/21 e uma produtividade média de 24,7 sc/ha.
Armazenagem – Atualmente, Mato Grosso registra a maior capacidade de armazenagem do país. Contudo, o estado ainda registra um déficit de quase 27 milhões de toneladas. Para as próximas safras, com o incremento na produção de grãos, a necessidade de armazenagem também irá aumentar.
A live foi mediada pelo gestor de Inteligência de Mercado, Cleiton Gauer, e teve a participação do superintendente do Imea, Daniel Latorraca, e da analista de Conjuntura Econômica, Vanessa Gasch.
Para assistir a live na íntegra acesse o link: https://www.youtube.com/watch?
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