Conectividade, monitoramento de pragas, sistema de irrigação, mapeamento, mercado e agricultura digital foram temas de um painel de discussão quarta-feira (04/04) na FarmShow, em Primavera do Leste. O painel foi uma iniciativa do projeto AgriHub dedicado às inovações tecnológicas e ao empreendedorismo na agricultura digital. O evento ocorreu no auditório nº 1 do Sindicato Rural de Primavera do Leste, no Parque de Exposições.
O Painel Agricultura Digital dinamizou o diálogo entre produtores rurais, alunos e professores de Institutos de Ensino e Pesquisa de Campo Verde e Primavera do Leste, academias, representantes do setor produtivo e profissionais liberais para a solução de problemas e demonstração de tendências, novas ideias, tecnologias, produtos e serviços.
A palestra do engenheiro-agrônomo, Mauricio Nicocelli Netto, graduado pela Universidade Federal de São Carlos, mestrando em Agricultura de Precisão na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT/Sinop), proprietário da Monagri Consultoria e editor do site preciosionag.com mostrou tendências tecnológicas que já estão no mercado e estão sendo testadas e aplicadas na agricultura, auxiliando o produtor rural nas atividades dentro da porteira.
Segundo Netto, a Agricultura Digital é um conjunto de estratégias desenvolvidas para atender a necessidade do aumento da produção de alimentos. “As novas tecnologias digitais aplicadas à atividade agrícola podem possibilitar aos produtores serem mais produtivos e eficientes”, disse.
Netto explicou ainda que a agricultura de precisão surgiu como um sistema de gerenciamento de informações que teve seu crescimento potencializado a partir dos avanços da tecnologia. Exemplos disso estão o uso na agricultura de GPS, sensoriamento remoto, Sistemas de Informações Geográfica, gerenciamento de dados, tecnologias para manejo de solo, insumos, culturas e outros. “A agricultura de precisão é a tecnologia que consiste em aumentar a eficiência da produção”, destacou.
Engana-se quem pensa que a agricultura digital está relacionada apenas ao uso de máquinas e tecnologias sofisticadas. A ideia desse modelo de agricultura é otimizar a atividade agrícola, a partir de um manejo sustentável que garanta o aumento da produtividade por meio da inovação tecnológica e, ao mesmo tempo, aumentando a renda dos produtores rurais usando o mínimo de recursos.
O superintende do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Daniel Latorraca falou sobre o papel do AgriHub em Mato Grosso. Segundo ele, o projeto traz a proposta de unir tecnologia, pessoas, ideias e o campo.
Latorraca discorreu sobre a Rede de Fazendas Alfas, perfis dos produtores rurais cadastrados na rede, levantamento de problemas nas propriedades rurais do estado e testes de novas tecnologias. Dentre as ações do AgriHub, em 2017, Latorraca destacou a importância dos Hackathons de Agronegócio realizados em Sorriso, Barra do Bugres, Cuiabá e Rondonópolis, como também os eventos do Conexão AgriHub, Ecossistema de Inovação e outros.
Na oportunidade, Latorraca falou sobre o Summit AgriHub, considerado o maior evento do projeto que ocorrerá nos dias 18 e 19 de abril, no Cenarium Rural, em Cuiabá. A ideia é que o evento aconteça uma vez por ano, com o objetivo de reunir todos os participantes do AgriHub e pessoas interessadas em se aprofundar em um ecossistema de inovação, sejam empreendedores, investidores, universitários e produtores rurais.
O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Otávio Celidonio, falou sobre os desafios da educação a partir da agricultura digital, mão de obra especializada, as profissões do futuro e como o Sistema Famato vê e aplica a evolução tecnológica nos mais de 250 cursos e treinamentos aplicados pelo Senar-MT ao homem do campo. “O Senar-MT trabalha para ajudar as pessoas a construírem um caminho de aprendizado e entenderem o mercado de trabalho e as profissões do futuro”, disse Celidonio.
Ao fim das apresentações, o público interagiu com os palestrantes fazendo perguntas, tirando dúvidas e dando sugestões.