O professor Clóvis de Barros Filho encerrou quarta-feira (06/12) as atividades de 2017 do Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS) do Sistema Famato. Clóvis fez uma palestra direcionada aos diretores da Famato, presidentes dos Sindicatos Rurais, gerentes sindicais, conselheiros e mobilizadores do Senar-MT e colaboradores do Sistema. O encontro com o professor que é livre-docente na área de ética e um dos palestrantes mais requisitados da atualidade durou cerca de uma hora e meia e prendeu a atenção dos participantes.
Moral e ética, temas que estão entre as pautas mais frequentes do professor, permearam a palestra. Segundo Barros Filho, moral é aquilo que o ser humano não faz de jeito nenhum, porque aprendeu que não se deve fazer e não por medo de ser pego, não pela presença de um elemento fiscalizador. “A moral é sempre uma questão de consciência”, destacou o professor.
Com várias metáforas e exemplos, o palestrante reforçou que a moral é individual e já estivemos mais próximos de uma sociedade regida por este valor, que hoje foi destruído. Para ele, vivemos atualmente a erosão da moralidade. “É preciso que voltemos a ter vergonha de mentir”, enfatizou.
Para Barros Filho, “nesse mundo da desconfiança, a palavra perdeu o valor, mas a sociedade tem que continuar existindo, por isso a ética entra em cena”. O palestrante explicou que é a ética que impõe limites de conduta para que todos que vivem num mesmo espaço possam ter um pouco de felicidade. “É a arte da convivência, a vitória da convivência sobre a canalhice”, acrescentou.
E é justamente neste mundo em que esses valores estão em constante decadência, onde há o triunfo da canalhice que as novas ferramentas de comunicação tornam-se um cobertor curto. “O que define uma ferramenta é a inteligência de quem a usa. A mesma ferramenta que aproxima também afasta, que traz alegrias também dissemina o ódio e a mentira, ao mesmo tempo que é cristã é demoníaca”, diz o professor ao referir-se às redes sociais.
Segundo ele, cabe a nós darmos o primeiro passo e assumirmos a responsabilidade de termos conseguido fabricar relações interpessoais tão empobrecidas. No contexto da representatividade de classe, Barros Filho disse que cabe ao líder garantir condições de uma vida feliz aos seus representados. “O papel do líder é um papel humilde de garantidor de uma convivência justa, cabe a ele assegurar o respeito a valores e princípios que possam dar chance a todos de uma vida feliz”.
José Guarino Fernandes, presidente do Sindicato Rural de Sapezal, participou do evento e afirmou que acredita que por meio da moral e da ética o líder conquista a confiança dos liderados. “É construindo relações transparentes que conseguimos ter credibilidade e o apoio para desenvolvermos ações dentro das entidades”.
PDS – O Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS) tem o objetivo de capacitar e treinar os colaboradores e dirigentes sindicais para melhor atender o produtor rural mato-grossense. Neste ano aconteceram mais de 10 encontros. Foram feitas capacitações sobre aposentadoria rural, Imposto Territorial Rural (ITR), Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), entre outros assuntos relevantes para o setor.