“É possível sim ter renda com a produção de leite. Mas para isso o produtor precisa medir o quanto gasta e planejar onde quer chegar”. A afirmação é do assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Rodrigues, durante o 2º Dia de Mercado da Pecuária de Leite em Terra Nova do Norte. O evento, promovido pela CNA em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato) e o Sindicato Rural de Terra Nova do Norte, foi realizado na tarde de terça-feira (26/09).
Para o presidente do Sindicato Rural, José Almir da Silva, a realização do Dia de Mercado da Pecuária de Leite significa muito para o município. “O leite é a nossa principal atividade econômica. Entretanto ainda carecemos de informações técnicas, econômicas e sobre as tecnologias que podemos adotar para nos tornamos mais eficientes, este evento vem ao encontro dessas nossas necessidades”, disse o presidente.
Quase 100 pessoas, entre produtores, técnicos e especialistas do setor participaram das palestras e debates sobre custos de produção, importância da assistência técnica e gerencial e o panorama do mercado de leite no país. Thiago Rodrigues abriu as apresentações. O assessor técnico da CNA apresentou os resultados dos painéis do Projeto Campo Futuro realizados em Mato Grosso, os gargalos e as oportunidades da atividade leiteira.
Como este ano não houve painel em Terra Nova do Norte, Rodrigues apresentou os dados de Colíder onde a propriedade modal tem 50 hectares, sendo 40,5 de pastagem, cinco hectares de milho para silagem e 4,5 de reserva e benfeitorias. A média é de 105 animais, sendo 30 vacas, das quais 14 em lactação. Na propriedade típica de Colíder, 88% da receita do produtor vem do leite, a produção diária é 300 litros de leite, com ordenha mecânica e mão de obra familiar.
Segundo o Rodrigues, para a atividade ser rentável é essencial que o produtor de leite tenha foco. “O produtor precisa entender que o negócio dele é o leite, ele não pode fazer capital com venda do rebanho”.
Além disso, o produtor precisa se atentar para a redução de riscos promovida por meio do aprimoramento da gestão e do controle, para a otimização dos custos que pode ser conseguida por meio da maximização da produção e para a busca de informação.
Para o produtor de leite Marcelo Lopes, o maior desafio enfrentado pela classe é oferecer alimento de qualidade e ao mesmo tempo obter lucro. “Temos que oferecer o que há de melhor ao nosso consumidor, mas não podemos nos esquecer que dependemos da atividade para sobreviver. Neste cenário, a informação se faz extremamente necessária para nos ajudar a conseguir conciliar as duas coisas”.
O evento também contou com a palestra da analista comportamental Meire Dias que falou sobre como ter uma vida com mais propósito produzindo leite. O Coordenador de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Armando Urenha, abordou a importância da assistência técnica e gerencial na pecuária de leite. O analista de mercado do Milkpoint, Valter Galan, fechou dia apresentando um panorama e as perspectivas do mercado de leite.