“A história da pecuária de Mato Grosso é uma história de superação de dificuldades”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Normando Corral na mesa redonda “Cadeia Produtiva da Carne”, promovida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com o apoio da Famato, Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Governo de Mato Grosso e Associação Brasileira das Industrias Exportadores de Carne (Abiec). O evento aconteceu quinta-feira (29/06), no Edifício Cloves Vettorato, em Cuiabá.
Corral parabenizou a iniciativa do presidente da FPA, deputado federal Nilson Leitão, que trouxe a discussão para Mato Grosso. “A pecuária vive um momento de turbulência e o setor deve estar atento e preocupado com o futuro da agropecuária. Nós temos que superar essa guerra travada há muito tempo, que é a falta de diálogo entre frigorifico e pecuarista. Com o mercado que nós conquistamos e a importância que temos, tanto no mercado interno quanto externo, temos que sentar para tratar de forma profissional. Nós, pecuaristas, entregamos para a indústria um rebanho de excelente qualidade sanitária”, pontuou Corral.
Para o presidente da FPA, a cadeia produtiva da carne brasileira precisa ser remodelada e modernizada com programas e políticas públicas. “Em eventos como esse temos a oportunidade de reunir autoridades, produtores e especialistas para debater os principais anseios da classe produtora rural, a maior afetada com o momento em que vive a pecuária brasileira, como também discutir as leis que precisamos modernizar para trazer eficiência ao setor agropecuário”, disse Leitão.
Nilson Leitão sugeriu a criação de um grupo de trabalho para propor soluções para a cadeia da carne e a criação de um programa novo e moderno para desburocratizar o setor.
Durante o evento, o governador Pedro Taques anunciou a redução do preço mínimo de pauta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a venda interestadual de boi em pé de 7% para 4%. “O Estado está buscando reduzir a alíquota tributária na saída do boi em pé para que Mato Grosso possa concorrer com produtores de outros estados em igualdade”, garantiu o governador.
Taques falou sobre a crise nacional brasileira que, segundo ele, não é a crise de Mato Grosso, mas atinge o estado, pois das 42 plantas frigorificas, 9 estão fechadas, sendo 5 delas do grupo JBS. “Vale ressaltar que nenhum dos frigoríficos de Mato Grosso estavam envolvidos na operação desencadeada, batizada como operação Carne Fraca. Mas a operação trouxe prejuízo para a indústria frigorifica e aos pecuaristas do estado de Mato Grosso e do Brasil como um todo ”, afirmou. Em relação às plantas frigorificas fechadas, Taques disse que o Executivo está conversando com a indústria frigorífica.
A mesa redonda também discutiu o plano nacional de retirada da vacina de febre aftosa, vigilância sanitária animal, qualidade da carne brasileira, leis estaduais e federais que deliberam o setor agropecuário, Plano Safra, meio ambiente, economia e abertura de mercados.