Um dos cereais mais antigos e cultivados no mundo, o trigo ocupa seu espaço entre os produtores rurais brasileiros principalmente no Paraná e Rio Grande do Sul, mas também está sendo adaptado para as regiões de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Caracterizado como uma cultura de inverno, o trigo tem seu dia comemorado hoje, 10 de novembro.
No Brasil, a produção do cereal na última safra foi de 5,5 milhões de toneladas distribuídas entre os estados da seguinte forma: Paraná, com 3,6 milhões; Rio Grande do Sul, com 1,5 milhão; São Paulo, com 263 mil; Minas Gerais com 245 mil e Santa Catarina com 117 mil.
De acordo com os registros históricos, o trigo já era produzido, em grande escala, há cerca de 10.000 a.C, em uma região conhecida como Crescente Fértil, que hoje ligaria o Egito ao Iraque.
Dentre os principais cereais atualmente produzidos no mundo – atrás apenas do milho, o trigo é o que menos necessita de água. Zonas de clima temperado, com presença de chuvas moderadas e umidade abaixo de 75%, são favoráveis para o plantio.
Na culinária mundial, a farinha de trigo é um dos ingredientes mais utilizados e sua qualidade está diretamente relacionada a uma série de fatores como a sanidade dos grãos, o estado de conservação da matéria prima e até o tipo do cereal.
Comissão – A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA atua para aumentar a oferta do produto no Brasil, considerando que a demanda interna está em torno de 10,7 milhões de toneladas.
A Comissão propõe uma política específica para a cadeia do trigo, já que a produção é insuficiente para suprir o mercado interno.
Para o presidente da Comissão, Almir Dalpasquale, o governo brasileiro precisa reconhecer a necessidade de investir mais no desenvolvimento desta cadeia.
“Infelizmente temos poucas políticas públicas voltadas ao seu cultivo do trigo. É muito importante que o governo brasileiro olhe isso com melhores olhos, pois é um cereal de grande importância na mesa dos brasileiros”, afirmou.
Veja abaixo depoimentos de produtores dos estados do Paraná e Santa Catarina.
“O cultivo do trigo é de grande importância porque é dele que se faz o pão e, se houvesse maior produção, não seria necessário importarmos tanto. É uma cultura que gera emprego, não deixa a propriedade ociosa e ainda faz uma cobertura muito boa, que protege o solo”.
Estefano Bartchechen, produtor de trigo do município de Araruna (PR)
“O produtor, principalmente no Sul do País, precisa enxergar o trigo como uma opção de cultivo para o inverno e também como forma de diluir os custos fixos da safra de verão. Ultimamente, os preços para o produtor estão muito baixos, o que dificulta a expansão da área de trigo. Mas temos que ter em mente que o cultivo de trigo no inverno, indiscutivelmente, contribui muito para a conservação e fertilidade do solo. Como produtor de trigo, vejo que essa cultura tem potencial de sobra para incrementar o desenvolvimento do agronegócio do País. O que falta é mais incentivo por parte do governo brasileiro. Se o mercado de trigo remunerasse melhor o produtor, poderíamos facilmente dobrar a produção, nos tornando autossuficientes ou, até mesmo, grandes exportadores do cereal”.
João Alexandre Di Domenico, produtor em Campos Novos (SC)