Para atender um pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Conselho Deliberativo do Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT) vai aportar € 500 mil – o equivalente a R$ 1,82 milhão – ao Fundo Mundial de Sanidade e Bem Estar Animal visando à tomada de decisões por parte do país nas ações de combate às enfermidades em âmbito internacional. A medida, aprovada por unanimidade na reunião extraordinária do Conselho na última sexta-feira (23/09), será processada ainda nesta semana e, a partir deste passo, a expectativa é acelerar o processo para que Mato Grosso receba o status de livre de febre aftosa sem vacinação.
O Fundo Mundial subsidia ações estabelecidas pela Organização Internacional para Saúde Animal, a OIE.
“Nossa preocupação maior, aqui para Mato Grosso, é por conta dos países da América do Sul que ainda apresentam problemas sérios de sanidade animal. O Estado detém o maior rebanho bovino do país e, por isso, precisa ter um cuidado maior também. Sendo assim, foi aprovada essa doação voluntária e privada”, esclareceu o presidente do Fesa-MT, Rui Prado.
O valor solicitado pelo Mapa será acrescido de outros € 500 mil para que seja entregue ao Fundo Mundial e, a partir de então, o Brasil passa a ter assento de conselheiro na entidade. Conforme explicou o delegado do Brasil na OIE, Guilherme Marques, durante reunião por videoconferência com os membros do Conselho do Fesa, os entes que aportam recursos ao Fundo Mundial estabelecem onde e como devem ser utilizados esses montantes, na ordem de US$ 25 milhões anuais. Hoje, o Brasil ocupa a posição de observador na entidade internacional.
“Os conselheiros definem onde atuar de forma estratégica quanto às ações de saúde animal. E, indo além, com a participação de Mato Grosso nessa questão, o Estado se fortalece com vistas ao futuro em busca do status de livre da febre aftosa sem vacinação. É um passo para procurar melhorias com outros estados fronteiriços quanto à Bolívia, por exemplo. É um caminho para OIE fortalecer ações agressivas, de disposição junto aos organismos brasileiros internos”, ponderou Marques.
Há 20 anos, Mato Grosso tem o status de livre da febre aftosa com vacinação. A imunização se faz necessária sobretudo por conta da proximidade com a Bolívia, onde há registros esporádicos de enfermidades animais. A Venezuela também é outro país do continente que registra casos de doenças animais.
Outra possibilidade, a partir da mudança de status do Brasil dentro do conselho do Fundo Mundial, é a inclusão na OIE de seis países da América do Sul que ainda não fazem parte do fórum. A expectativa é fortalecer as decisões com vistas ao continente de forma prioritária. “São mais seis votos nos embates da OIE na definição de estratégias”, destacou Marques.
“Nós entendemos que essa é uma ferramenta para promover também a sanidade animal do nosso Estado, promover as qualidades do alimento carne que nós consumimos. Nós estamos proporcionando isso ao governo federal, por um pedido do ministro Blairo Maggi e, a partir daí, o Brasil poderá ter uma participação ativa nas decisões”, finalizou Prado.
O Conselho do Fesa-MT é formado por representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), das associações de Criadores (Acrimat) e de Ovinos (Ovinomat), do Sindicato das Empresas Frigoríficas de Mato Grosso (Sindfrigo), do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e do Mapa.