A viabilidade da produção de etanol de milho em Mato Grosso é tema de um amplo estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) ao longo de dez meses e que será apresentado durante o 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central. O evento é uma realização da Famato, Aprosoja e Senar-MT e vai ocorrer entre os dias 12 e 14 de setembro, em Cuiabá, com sete temas centrais: Biodiesel, Políticas Públicas, Geração de Energia Elétrica, Reflorestamento, Setor Sucroenergético, Mercado e Etanol de Milho.
De acordo com o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, durante o painel “Etanol de Milho – Cluster de Etanol de Milho em MT” serão mostrados aspectos amplos que levarão até o produtor informações sobre os impactos de uma usina desta em toda cadeia. Ele afirma que a ideia é que o trabalho seja um guia para o investidor.
“O grande diferencial do cluster é que vamos analisar o investimento em todos seus aspectos, mercadológicos, econômicos, sociais e ambientais, o que isso vai gerar para quem está fazendo o empreendimento e à região em que ela está localizada. Até porque há impacto em toda cadeia produtiva como, por exemplo, a produção de DDG que está diretamente relacionada à pecuária. E neste estudo todo o processo é analisado, não apenas a usina”, afirma Daniel.
O trabalho é elaborado pelo Imea, mas conta com parcerias como da Aprosoja e Sindalcool, que ajudaram na construção e custo do projeto. Atualmente, de 10 usinas que já produziam etanol de cana-de-açúcar em Mato Grosso três aderiram à modalidade “flex”, ou seja, receberam investimentos para adequações e produzem também etanol de milho.
No entanto, está previsto para junho de 2017 o início da operação de uma usina dedicada exclusivamente à produção etanol de milho e co-produtos, como o DDG (grãos secos por destilação, na sigla em inglês, que é extraído durante o processo de destilação, e é um produto com alto teor proteíco que pode ser uma alternativa economicamente viável para a alimentação animal). A indústria está sendo instalada em Lucas do Rio Verde.
“Vamos produzir 220 milhões de litros de etanol por ano, 6 mil toneladas de óleo de milho, 60.000 megawatts de energia elétrica para abastecimento da rede e ainda 100 mil toneladas de DDG de alta fibra e 50 mil toneladas de DDG de alta proteína. Produtos que serão uma alternativa de alta qualidade nutritiva em substituição parcial ao tradicional farelo de soja e o próprio milho em dietas de animais”, explica o diretor executivo da FS Bioenergia, Rafael Abud, que também vai participar do painel.
Segundo Latorraca, hoje Mato Grosso produz 19 milhões de toneladas de milho e consome 3,5 milhões de toneladas, o que significa que boa parte vai para exportação. “A ideia é agregar valor dentro do estado gerando emprego e renda já que temos essa oportunidade. Dentro da perspectiva de como crescer também na agroindústria, o Congresso vai trazer uma série de alternativas para que sejamos um grande estado não só na pecuária e agricultura, mas no agronegócio em um todo”, explica o superintendente do Imea.
O painel será mediado pelo vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, e contará ainda com a presença do médico veterinário da empresa Nutripura, Lainer Leite, que vai falar sobre o uso do DDG na Alimentação Animal.
PROGRAMAÇÃO – O painel será realizado no dia 14 de setembro, a partir das 10h, no Cenarium Rural. As inscrições podem ser feitas pelo site da Famato, onde está a programação completa do evento: www.sistemafamato.org.br/bioenergiamt. Será necessária a entrega de 1kg de alimento não-perecível.