A raiva dos herbívoros é uma doença que não tem tratamento e a mortalidade é de 100% dos afetados. Em Mato Grosso foram registrados no primeiro semestre deste ano 23 focos da doença. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) em parceria com o Instituto de Defesa agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) levanta com preocupação o debate sobre a doença e a importância da vacinação. A raiva é transmitida pelo morcego hematófago Desmodus rotundus. Bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos devem ser imunizados. “É muito mais rentável que o produtor rural vacine seu gado e assim previna a doença. O objetivo é resguardar o produtor e sua produção”, disse o médico veterinário e analista de pecuária da Famato, Marcos de Carvalho.
Apesar de não ser uma vacina obrigatória como a da aftosa, é necessária para o rebanho. É de fundamental importância que o produtor rural faça a comunicação da vacinação e das ocorrências de animais com sinais de doença nervosa ao Indea-MT. Os animais vacinados pela primeira vez devem ser revacinados 30 dias após a primeira dose. Depois o rebanho deve ser vacinado anualmente.
De acordo com Carvalho, o custo de uma dose da vacina é de aproximadamente R$ 0,70. “Considerando um rebanho de 100 animais que nunca foi vacinado, o custo da primeira dose é de R$ 70,00, e somando com a segunda dose após os 30 dias, totalizaria R$ 140,00 por ano. Se apenas um animal jovem, avaliado em R$ 1.500,00 morre com a doença, o prejuízo daria para vacinar o rebanho inteiro duas vezes por ano, durante 10 anos”, contabilizou Carvalho.
Outra dica importante do médico veterinário é para que os produtores aproveitem o período de campanha contra febre aftosa e vacinem o rebanho contra a raiva e já façam a declaração no Indea-MT no mesmo período.
Conforme o Indea-MT, os produtores devem ficar atentos aos sinais clínicos que os animais acometidos pela doença apresentam, como por exemplo: andar cambaleante, dificuldades de urinar, defecar e engolir, paralisia dos membros traseiros, bater contra objetos, dificuldade para levantar, deitar em decúbito lateral e realizar movimentos de pedalagem. Nesses casos, o produtor deve comunicar imediatamente o Indea-MT, para que o médico veterinário faça colheita de amostra para realização de exames laboratoriais. O procedimento não tem custo e nem penalidades ao produtor que comunicar casos de raiva na propriedade.
Com a confirmação laboratorial do diagnóstico da raiva, a vacinação é obrigatória no foco e perifoco, abrangendo todos os herbívoros existentes nas propriedades em um raio de 12 quilômetros. Para comprovação da vacinação, o produtor devera apresentar nota fiscal de aquisição de vacina, assim como informar a data de vacinação, número de animais vacinados por espécie.
O Indea-MT pede que o produtor informe a existência de animais sugados por morcegos, presença de abrigos naturais e artificiais de morcegos, como cavernas, furnas, poços, fossas abandonadas, ocos de árvores, pontes e bueiros, para que seja realizada a captura e tratamento do morcego hematófago Desmodus rotundus.
A Famato, entidade de classe que representa 90 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, completou 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Senar-MT e o Imea. Essa trajetória é celebrada graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Acompanhem nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #Famato50anos.