Preocupados com a crise política e suas implicações para o país, o Sistema Famato realizou segunda-feira (21/03) uma reunião juntamente com lideranças de entidades do agronegócio, comércio, indústria e serviços. O objetivo do encontro foi debater os principais problemas que este momento acarreta nos setores que movimentam a economia de Mato Grosso e as possíveis ações para fortalecer o movimento pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os representantes reiteraram o apoio à saída da presidente e expressaram apoio às instituições responsáveis pelo combate à corrupção. Durante a reunião houve vários encaminhamentos dos participantes pelo impeachment. Entre eles foi mencionado um dia de paralisação, movimentos de rua, mobilização nacional de federações, conscientização da sociedade e a formalização de documentos pró-impeachment para serem encaminhados aos poderes constituídos nas esferas municipal, estadual e nacional.
Ao término da reunião, foi decidida a elaboração de um documento com a anuência e assinatura de todas as entidades presentes. O documento será encaminhado aos parlamentares da Câmara Federal e do Senado oficializando o apoio das entidades em favor do impeachment.
Além disso, com a aprovação de todos os representantes das entidades presentes, ficou determinado que a partir do dia 28 de março serão realizadas reuniões, sempre às segundas-feiras, com representantes das classes para discutir encaminhamentos e ações do grupo.
O presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, ressaltou que a saída da presidente Dilma não é a solução, mas que sem a retirada dela nada poderá ser feito. “Por isso fizemos esse chamamento em parceria com outras federações e a classe política do nosso estado para nos posicionarmos favoravelmente pela mudança. Essa mudança não é para o agronegócio, indústria e comércio. A mudança é para todos nós, cidadãos, que pagamos impostos e não vemos o retorno na saúde, segurança e educação”, alertou Prado.
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) Jandir José Milan disse que desde a eleição de 2014 que o governo federal resolveu cada vez mais taxar o cidadão brasileiro e as empresas. “O setor produtivo não produz como deveria e não consegue pagar os impostos para custear esse país cheio de corrupção que não tem mais condição de se mover. Estamos cansados de conversa fiada e realmente temos que mobilizar e atribuir aos nossos deputados e senadores o dever de votar pelo Brasil, independentemente de opinião partidária”, salientou.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção Mato Grosso Leonardo Campos a crise política atingiu um novo patamar com a condução do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministro. Conforme Campos, a OAB de Mato Grosso não vai se eximir em apresentar provas jurídicas que culminem no impeachment. “Nós vamos em busca de uma saída para esse impasse através da Constituição Brasileira”, discursou.
O senador José Medeiros afirmou que o Sistema Famato e os produtores de Mato Grosso são pioneiros, não só no estado como no país, e nessa questão do impeachment não poderiam ter se posicionado diferente, servindo de farol para o restante do Brasil. “Nesse momento o que precisamos é demonstrar firmeza e demonstrar que tem lado e defende os posicionamentos em favor do país”, ressaltou Medeiros.
Também participaram da reunião os presidentes da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio) Hermes Martins, Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas (FCDL) Paulo Gasparoto, da Assembleia Legislativa Guilherme Maluf, o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco, representantes da Aprosoja, Acrismat, Assovale, Movimento Muda Brasil, Sindalcool e os superintendentes do Imea e do Senar-MT.