O retorno do limite"extra teto", que consiste no direito do produtor rural aumentar o limite de crédito com base em alguns critérios definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi uma das propostas defendidas pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) nas discussões nacionais sobre no Plano Safra 2016/2017, que deve ser lançando em junho pelo governo federal.
O assunto foi um dos pontos de convergência entre as federações de agricultura e pecuária dos estados do Centro-Oeste durante uma reunião promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Goiânia, no dia 01/03.
A volta do"extra teto" também foi apresentada no Seminário Preparatório para o Plano-Safra 2016/2017 promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com o apoio do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), em Brasília, durante os dias 03 e 04 de março.
A analista de Agricultura da Famato Karine Machado participou dos encontros e diz que até o Plano Safra 2014/2015 o produtor podia aumentar o seu limite de crédito."Se o produtor comprovasse a utilização do sistema de plantio direto na palha, ele conseguiria um incremento de até 15% em cima do limite oferecido. A existência física de Reserva Legal e Área de Preservação Permanente (APP) dentro das propriedades; a contratação de seguro agrícola, a contratação de mecanismos de proteção de preços ou a aquisição de sementes certificadas S1 e S2 podia aumentar o valor tomado em 30%", explica Karine.
A analista reforça que esse valor a mais tem feito falta aos produtores."O limite de crédito liberado por CPF, que hoje é de R$ 1,2 milhão, não cobre os custos que têm sido cada vez maiores, por conta da alta do dólar e dos gastos com defensivos. O ideal seria que este valor dobrasse, mas enquanto isso não é possível, o retorno do crédito extra, com certeza ajudaria muitos produtores".
Além do retorno do crédito extra, as entidades que representam o setor produtivo acreditam que o aumento do volume do recurso destinado ao custeio também é imprescindível frente ao cenário econômico atual.
Outra preocupação das entidades é a atualização dos preços mínimos praticados pelo governo. Durante o seminário realizado em Brasília, o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Daniel Latorraca exemplificou que o custo da produção de soja no Mato Grosso aumentou 70% nos últimos cinco anos. Latorraca ressaltou a defasagem entre o custo da produção agrícola no estado e os preços mínimos praticados pelo governo.
As federações do Centro-Oeste também acreditam que a manutenção do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) deve ser uma das prioridades a serem defendidas pela CNA."Durante a reunião em Goiânia ficou acordado que a CNA irá defender a manutenção do plano com as atuais características e, inclusive, defender uma melhor taxa", conta a analista.
Seguro Rural – A Famato espera que o seguro rural não se torne obrigatório a partir de 01/07/2016, como está previsto."O produto oferecido não contempla as necessidadesdos produtores de Mato Grosso, por isso esperamos que este ano o Mapa continue permitindo que a adesão seja facultativa".
A Famato, entidade de classe que representa 89 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, completou 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Senar-MT e Imea. Essa trajetória é celebrada graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Acompanhem nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #Famato50anos.