O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) apresenta os recursos federais disponibilizados anualmente para os produtores rurais com taxas de juros controladas que contribuem para o financiamento da produção da agropecuária brasileira. Entretanto o limite individual de crédito atual, de R$ 1,2 milhão por CPF, permite apenas o custeio de menos da metade dos gastos operacionais da grande maioria dos produtores de Mato Grosso. Para abranger uma parcela maior de produtores do estado, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) calcula que o limite de crédito individual do PAP 2016/2017 teria que ser de no mínimo R$ 2,4 milhões. Esta será uma das propostas que a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) irá discutir esta semana com outros representantes do setor agropecuário em âmbito nacional.
A primeira reunião será amanhã (01/03), promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), em Goiânia. Participarão os representantes das federações do Centro-Oeste. O objetivo da CNA é discutir ações prioritárias e estratégias que viabilizem instrumentos de política agropecuária adequados às particularidades regionais."A Famato sempre participa das reuniões da CNA que até o ano passado eram realizadas com todas as federações do Brasil. Vemos a regionalização da reunião de forma positiva, já que o país é grande e cada região possuí características próprias", avalia a analista de Agricultura da Famato Karine Machado que estará presente na reunião.
Nos dias 3 e 4 de março, a Famato também estará presente no Seminário Preparatório para o Plano-Safra 2016/2017 promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com o apoio do Instituto Pensar Agropecuária, em Brasília. No evento serão identificadas as linhas que poderão ser desenvolvidas por entidades de classe do agronegócio, governo, agentes financeiros, seguradoras, especialistas em política agrícola e entidades conexas para a elaboração de uma proposta de Plano-Safra melhor coordenada entre o setor privado."Essa é mais uma importante oportunidade de debatermos de forma nacional os pontos que precisam ser melhorados na política de crédito agrícola brasileira", acrescenta Karine.
Além de participar dessas reuniões, a Famato, juntamente com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), vai encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) as propostas especificas do estado."Todos os anos o Imea prepara estudos para subsidiar nossos pedidos ao Mapa. O aumento do limite de crédito e a manutenção das linhas de crédito do plano vigente estão entre as solicitações que faremos", conta a analista.
Segundo dados do Imea, os recursos federais representaram 15% do custeio da safra de soja 2015/2016 de Mato Grosso, ou seja, R$ 2,4 bilhões do total de R$ 16,16 bilhões investidos na safra atual. O valor é considerado baixo quando comparado com as demais fontes de financiamento, como, por exemplo, os recursos disponibilizados pelas multinacionais e as revendas de grãos e fertilizantes que juntas representaram 34% do valor de custeio da safra atual.
PCA – A manutenção do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) será um dos pedidos da Famato para o próximo PAP. A analista lembra que a criação do programa foi uma solicitação das entidades de Mato Grosso atendida desde o plano referente à safra 2013/2014."O PCA foi uma das nossas grandes conquistas, visto que o déficit de armazenagem no estado é muito alto. Por isso vamos lutar pela manutenção deste programa", afirma Karine.
Pecuária – A permanência das linhas de crédito que atendem a pecuária também é outra reivindicação que será apresentada pelo setor produtivo de Mato Grosso."Temos o maior rebanho bovino do Estado e durante muito tempo lutamos para ter linhas específicas para atender essa cadeia. Em 2014 nosso pedido foi atendido e queremos que essas linhas sejam mantidas no próximo PAP", acrescenta.
Seguro Rural – Outro pedido das entidades de Mato Grosso que vem sendo acatado pelo Mapa é a não obrigatoriedade do seguro rural."Nós não somos contra o seguro, mas acreditamos que as apólices não contemplam as necessidades dos produtores de Mato Grosso, já que aqui não sofremos com graves problemas climáticos como os estados do sul do Brasil. Esperamos que este ano o Mapa continue permitindo que a adesão seja facultativa".
A Famato, entidade de classe que representa 89 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, completou 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Senar-MT e Imea. Essa trajetória é celebrada graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Acompanhem nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #Famato50anos.