Referência na produção de leite da Argentina e no modelo de gestão de propriedade, o grupo Chiavassa surpreendeu os produtores rurais de Mato Grosso que participam nesta semana de uma Missão Técnica para o país, promovida pela Famato e o Senar-MT. Além desta propriedade, os participantes conheceram o confinamento Conecar Ganadera, um “boitel” (hotel para bois), ambos localizados na província de Santa Fé.
A propriedade – ou tambo, como chamam os argentinos – Chiavassa é familiar e exerce a atividade leiteira desde 1982 na cidade de Carlos Pellegrini. Administrada por Carlos Chiavassa, sua esposa e mais quatro filhos, o grupo mostrou que a sucessão familiar, um dos temas trabalhados pelo Sistema Famato/Senar por meio do projeto Futuros Produtores do Brasil, é extremamente viável e positiva.
São 1.500 hectares (ha) destinados ao cultivo de milho (600 ha), soja (500 ha) e alfafa (400 ha) – insumos usados na alimentação do rebanho leiteiro. Somente a soja é comercializada e a renda é destinada à compra de outros insumos de nutrição animal. Todo o leite produzido é entregue para um laticínio.
A fazenda possui 2.600 animais entre novilhas, bezerras em recria e vacas secas. Deste total, 1.081 são vacas em lactação, separadas em seis lotes com produção média de 33,8 litros por vaca/dia divididas em três ordenhas. A produção anual atinge aproximadamente 1 milhão de litros de leite. Quarenta e cinco funcionários estão envolvidos nos trabalhos da fazenda.
Durante a visita, os produtores de Mato Grosso conheceram o local de criação das bezerras, de recria das novilhas, produção de silagem de alfafa e de milho, o sistema de ordenha modelo “carrossel” e o compost-barn, que é um sistema de compostagem de matéria orgânica.
“Esse era o meu sonho. Toda vida tive a vontade de aplicar esse método de manejo na minha fazenda. A tecnologia que vi aqui é de primeiro mundo”, avaliou o produtor de leite e presidente do Sindicato Rural de Dom Aquino, Valdécio Tarsis Rezende Fernandes.
A Chiavassa tem um planejamento semanal de tudo o que deve ser produzido para que o laticínio programe as vendas. De 2011 a 2008, o grupo industrializava e exportava o leite, mas devido às mudanças políticas do país, o negócio se tornou inviável e, por isso, passaram a fornecer o produto para uma indústria de laticínio local.
Cada atividade da fazenda é considerada um núcleo de negócio com seus respectivos centros de custos e estipulação de valores de tudo o que é produzido. “Nós observamos que as decisões são tomadas a partir da gestão da propriedade. Os donos monitoram tudo o que acontece na fazenda. Isso é muito importante, porque é a partir dessas informações que é possível tomar decisões corretas. O gerenciamento é essencial para o crescimento e sustentabilidade do empreendimento”, observou o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini.
Conecar Ganadera – Os produtores também conheceram o confinamento Conecar Ganadera, um hotel para bois, localizado na cidade de Carcaraña, da província de Santa Fé. Com mais de 30 anos de história, a empresa tem capacidade para confinar 10 mil cabeças de gado de 10 a 12 clientes. Durante todo o ano, 30 mil animais das raças angus, hereford e braford são confinados no local, sendo que 20% deles são dos proprietários e o restante dos clientes. Os animais chegam com uma média de 180 kg a 200 kg e saem de lá pesando 300 kg.
A estrutura do confinamento é simples, mas bem funcional e prático. “O que mais me chamou a atenção foi a terminação do gado. Em Mato Grosso temos as fases de cria, recria e engorda e aqui na Argentina eles só fazem a cria e a engorda, por isso abatem em 14 meses. No Brasil a média de abate é de 24 meses”, disse o produtor rural e ex-presidente do Sindicato Rural de Castanheira, Rafael Nogueira.
Para saber mais sobre a Missão Técnica Argentina e Uruguai, acesse o Blog da Famato www.blogdafamato.wordpress.com e as redes sociais www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram).