A Câmara Técnica do Trigo de Mato Grosso (CTTRIGO) discutiu em reunião, na quinta-feira (25.09), a viabilidade de implantação de moinhos de trigo no Estado por meio de cooperativas de produtores. Com um investimento de cerca de R$ 29 milhões, é possível construir um moinho com capacidade para 200 toneladas de trigo moídas ao dia e com um rendimento de 4.900 toneladas ao mês. O estudo foi feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que faz parte da Câmara.
O moinho teria capacidade para suprir 15% da soma do déficit de oferta de farinha de trigo de Mato Grosso e dos Estados do Norte do país. Só Mato Grosso, que produz 32 mil toneladas em um moinho localizado em Cuiabá, consome 128 mil toneladas de farinha de trigo por ano, gerando um déficit de 96 mil (t).
O coordenador da CTTRIGO, Hortêncio Paro, explica que a implantação de um moinho é fundamental para alavancar a produção de trigo irrigado em Mato Grosso. “A nossa ideia é aproximar o produtor da comercialização, fazendo com que o moinho esteja dentro da infraestrutura das cooperativas, que agregariam mais valor e mais um serviço aos seus associados”, pontua.
Através de parcerias, o produtor irrigante se comprometeria a plantar 20% da área de pivô com trigo para fornecer a matéria-prima para a cooperativa. “Isso resolveria também o problema de falta de rotação de culturas nos pivôs, que hoje é uma preocupação dos produtores, já que o algodão apresenta muita incidência do bicudo, a soja fica inviável no período do vazio sanitário e o preço do milho não está compensando”, destaca Paro.
Além da implantação de moinhos, outras políticas como a criação de um fundo de apoio à cultura do trigo e um preço mínimo para o grão na região Centro-Oeste também são essenciais. O diretor executivo da Famato, Walter Valverde, informa que a entidade está empenhada nestas questões. “Já fizemos esta solicitação ao Ministério da Agricultura e estamos acompanhando. O preço mínimo traz mais garantia e segurança ao produtor para investir na produção de trigo”, afirma Valverde.
A Famato é a entidade que representa 87 sindicatos rurais. Junto com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), forma o Sistema Famato. Acompanhe as redes sociais: www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (twitter e instagram).