É fato que a produção de grãos em Mato Grosso cresceu muito nos últimos anos. Os produtores rurais se profissionalizaram com a ajuda da tecnologia. Segundo o Instituto Mato-grossense Economia Agropecuária (Imea), a produtividade da soja passou de 48 sacas por hectare na safra 2008/2009 para 52 sacas por ha no ciclo 2013/2014. No mesmo período, a produção da oleaginosa aumentou cerca de 50%. Apesar dos ganhos com os investimentos em tecnologia que contribuem com os resultados positivos no campo, a maioria dos produtores ainda comete pequenos erros ao fazer a gestão econômica de suas propriedades, o que compromete a lucratividade dos negócios.
O professor do curso de Contabilidade e pesquisador da Unemat de Sinop, Wander Prado, explica algumas dicas que podem melhorar a forma de conduzir a parte financeira das propriedades rurais. Segundo ele, criar o hábito de guardar documentos e notas fiscais, anotar compras de produtos e insumos e a produção comercializada é um simples ato que já faz grande diferença. “Assim o produtor terá dados de quatro, cinco anos atrás que poderão auxiliá-lo na tomada de decisões hoje. Este controle pode começar a ser feito numa simples planilha do excel ou até mesmo em um caderno. Também há disponíveis sistemas de controle de gastos ou ele pode até mesmo criar mecanismos próprios para fazer este acompanhamento financeiro”, orienta Prado.
Outra dica importante é a tomada de decisões. O professor pontua que esta deve ser feita baseada em objetivos (O que fazer?); estratégia (Como fazer?); cronograma (Quando fazer?); responsabilidade (Quem irá fazer?) e recursos necessários (O que é preciso para fazer?). Tudo isso com base em dados e números que devem ser anotados periodicamente. “Na parte técnica da atividade agropecuária, o produtor está muito mais profissional e tecnológico do que antigamente. Porém ainda faz a gestão do negócio na base antiga. É o que comumente chamamos de ´técnica do acho´, quando ele toma decisões com base no que ele acha que está ganhando ou gastando. É preciso tirar a gestão da cabeça e colocar no papel”, afirma o professor.
O diretor administrativo e financeiro da Famato, Nelson Piccoli, lembra que no início da atividade a maioria dos produtores encontra muitas dificuldades em planejar e gerir os custos e ganhos. “Hoje isso está mudando, o produtor está percebendo que precisa ter o controle do que ganha e do que gasta na ponta do lápis. Muitos estão, inclusive, fazendo cursos ou contratando assessorias especializadas no assunto. É importante o produtor ter este controle para saber qual o momento certo de vender a produção, de adquirir insumos e fazer novos investimentos. Sem planejamento, a atividade pode deixar de ser lucrativa”, analisa Piccoli.
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