Alto Araguaia é um município que desponta na agricultura do sul do Estado. Segundo informações do censo agropecuário elaborado pela Secretaria Municipal de Agricultura, são 871 propriedades que ocupam uma área de cerca de 451 mil hectares. O rebanho bovino corresponde a 160 mil cabeças e as lavouras ocupam 29 mil hectares, sendo 16 mil ha de soja e 12 mil ha de milho segunda safra, plantados na mesma área, e 9 mil ha de cana-de-açúcar. Apesar do desenvolvimento da região, as dificuldades são perceptíveis em função da logística, distribuição de energia elétrica e problemas fundiários e tributários. As demandas foram discutidas durante a reunião do Pensar MT realizada pelo Fórum Agro MT nesta semana. O encontro contou com a participação de produtores e moradores de Alto Araguaia, Alto Taquari e Alto Garças.
O presidente do Sindicato Rural de Alto Araguaia, Jacson Niedermeier, destacou que o município possui 30 mil hectares com aptidão para desenvolver a agricultura nas regiões conhecidas como Ariranha e Lagoa dos Veados, porém a logística ainda é um problema. “São regiões cortadas por estradas vicinais e estaduais sem asfalto, com pontes de madeira muitas vezes em péssimas condições. Segundo o levantamento da secretaria, Alto Araguaia conta com 287 km de estradas estaduais e 947 km de estradas municipais, então é essencial que se invista na logística na nossa região. Sentimos que o poder público se esqueceu daqui”, desabafou Niedermeier.
O produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Alto Taquari, Luis Carlos Sperandio, disse que mesmo com a ferrovia instalada na região, o frete continua com alto valor. “Pensávamos que com a ferrovia nossos problemas estariam resolvidos, mas a empresa que controla a Ferronorte impõe preços altíssimos e muitas vezes sai mais barato escoar a produção via rodoviária do que pela ferrovia. Perdem os produtores, que tanto almejaram este modal e agora quase não o utilizam”, afirmou Sperandio.
O problema na distribuição de energia elétrica da região também foi apresentado pelos produtores. Existem 270 propriedades rurais no município de Alto Araguaia que não contam com rede de energia elétrica. “Sem energia fica impossível desenvolver, aumentar a produção e investir em tecnologia. Os produtores querem produzir mais, mas esbarram em questões que estão nas mãos do governo”, avaliou o produtor rural e secretário municipal de Agricultura, Dimas Gomes.
O diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, lembra que cada região de Mato Grosso tem suas peculiaridades e demandas específicas, mas a logística é um tema unânime entre os produtores mato-grossenses. “O que temos visto em todas as rodadas do Pensar MT até agora é que a logística é um ponto que incomoda muito os produtores, que cobram principalmente melhorias nas condições das estradas estaduais. Com este levantamento em mãos, poderemos mostrar aos futuros candidatos ao pleito eleitoral de 2014 que a logística é fundamental para que a economia de Mato Grosso não seja estagnada”, destacou Romanini.
Pensar MT – Os próximos encontros do Pensar MT serão em Sinop (13/05), Lucas do Rio Verde (14/05), Sorriso (15/05), Nova Mutum (16/05), Confresa (20/05), Querência (21/05), Canarana (22/05) e Barra do Garças (23/05). As reuniões contarão também com a presença do professor e jornalista Onofre Ribeiro.
O projeto é uma iniciativa do Fórum Agro MT, formado pelas entidades Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat. Desde abril os municípios já visitados foram: Alta Floresta, Colíder, Marcelândia, Juína, Pontes e Lacerda, Cáceres e Cuiabá. Com as informações levantadas, as demandas serão transformadas em uma agenda positiva que será entregue aos futuros candidatos ao pleito eleitoral de 2014, independentemente de quem sejam os escolhidos. Parte da pesquisa é conduzida pela Fundação Dom Cabral (FDC).
Para mais informações acesse www.pensarmt.com.br ou mande e-mail para pensarmt@sistemafamato.org.br. O telefone para contato é (65) 3928-4555.