Política de atração de mão de obra para o campo, melhorias nos serviços de sanidade animal e vegetal e alinhamento das leis ambientais estaduais e federais foram os principais temas debatidos no sétimo encontro do projeto Pensar MT, que ocorreu ontem (28/04) em Cuiabá, na sede da Associação dos Criadores de Nelore, no parque de exposições.
O Sindicato Rural de Cuiabá elaborou um documento com as principais demandas da região da baixada cuiabana. Entre elas está a necessidade de melhorar a infraestrutura e os serviços prestados pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).
Segundo o presidente do sindicato, Ricardo Figueiredo de Arruda, a entidade tem feito sua parte colaborando para melhorar a estrutura do espaço físico da Unidade Local Execução do Indea-MT, localizada no parque de exposições de Cuiabá. O sindicato está reformando a unidade. No entanto, ele avalia que ainda é necessário aprimorar os procedimentos e serviços do órgão que é de suma importância para garantir a sanidade animal e vegetal dos produtos agropecuários de Mato Grosso.
Outra sugestão apresentada foi a adequação das leis estaduais, que tratam das questões ambientais, ao que foi estabelecido pelo Código Florestal brasileiro. O sindicato defende o retorno das discussões sobre o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE), criado pela Lei 9.532/2011, que instituiu a política de Planejamento e Ordenamento Territorial do Estado.
Em fevereiro de 2012 o Ministério Público Estadual de Mato Grosso determinou a suspensão de alguns dispositivos da lei do Zoneamento. Em março, a Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional, formada por membros de 14 ministérios, solicitou adequações na lei. O reconhecimento do Zoneamento perante a União somente será concretizado caso o governo do Estado promova uma série de alterações e complementações na referida lei.
Mão de obra – O produtor de leite de Santo Antonio do Leverger, Luiz Henrique Vargas, defendeu a criação de uma política de atração de mão de obra para o campo. Segundo ele, não adianta apenas incentivar a capacitação das pessoas para o campo. É necessário também investir na "fixação" e atração dos trabalhadores para o campo. "Às vezes estamos preocupados com a capacitação, mas precisamos nos preocupar com a fixação das pessoas no campo. Não adianta ter o diploma de inseminador, de operador de máquina agrícola, por exemplo, e trabalhar como caixa de supermercado ou balconista. A gente precisa mostrar a qualidade de vida que é morar e trabalhar no campo", opinou.
A extensão rural foi outro assunto tratado no encontro como uma das principais demandas do Sindicato Rural de Cuiabá. Apesar dos investimentos em cursos e qualificação profissional pelas entidades, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), o presidente do sindicato observa que o setor precisa do compromisso do Estado no que diz respeito à extensão e ao auxílio para o produtor produzir e comercializar seus produtos. “O Estado precisa auxiliar o pequeno produtor a produzir e depois comercializar o produto, legalizar a produção através de um serviço de inspeção que possibilite alcançar outros mercados”, avaliou Arruda.
Participaram do encontro o presidente da Famato, Rui Prado, o diretor administrativo e financeiro, Nelson Piccoli, o presidente da Acrimat, José João Bernardes, o secretário da Sedraf, Luiz Carlos Alécio, diretores da Acrimat, do Sindicato Rural de Cuiabá e da Associação dos Criadores de Nelore, o especialista em política e palestrante Alfredo da Mota Menezes, entre outros.
Pensar MT – Os próximos encontros do Pensar MT serão em Alto Araguaia (06/05), Rondonópolis (07/05), Sinop (13/05), Lucas do Rio Verde (14/05), Sorriso (15/05), Nova Mutum (16/05), Confresa (20/05), Querência (21/05), Canarana (22/05) e Barra do Garças (23/05).
O projeto é uma iniciativa do Fórum Agro MT, formado pelas entidades Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat. De abril até maio, diversos municípios serão visitados pelo fórum que fará um levantamento das principais demandas do setor produtivo e da sociedade. Parte da pesquisa é conduzida pela Fundação Dom Cabral (FDC). No final do trabalho será elaborada uma agenda positiva para ser entregue aos futuros candidatos ao pleito eleitoral de 2014.
Para mais informações acesse www.pensarmt.com.br ou mande e-mail para pensarmt@sistemafamato.org.br. O telefone para contato é (65) 3928-4555.