Por Onofre Ribeiro*
Nesta semana que passou estive em três cidades do norte do estado dentro do Projeto Pensar Mato Grosso, da Federação da Agricultura e Pecuária – Famato. É um projeto muito interessante e inovador, do qual tive a oportunidade de participar desde o seu início. Nas próximas semanas visitaremos outros 16 municípios representativos de cada região e de diferentes perfis econômicos.
Primeiro, a ideia do projeto. O setor agro, que reúne agricultura e pecuária, representa a principal força da economia do estado e entende que precisa ir além de eventuais participações político-partidárias. A falta de planejamento que vem assolando Mato Grosso há muitas gestões, interfere diretamente na economia agro. Faltam estradas, faltam ferrovias, faltam hidrovias, faltam perspectivas industriais, falta política de gestão pública, faltam políticas ambientais de resultado, mais uma série de itens que somam dez gargalos.
O Pensar Mato Grosso consiste numa pesquisa qualitativa de campo com produtores rurais buscando a sua percepção mais aprofundada sobre os dez itens listados. Uma vez tabulados, os dados serão transformados em conceitos e proposta de planejamento estratégico pela Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais. O documento final deverá ser adotado como a bandeira de planejamento estratégico do setor e sugerido a candidatos a mandatos majoritários e a parlamentares, como referência estratégica.
Visitamos Alta Floresta, Colider e Marcelândia. Além da pesquisa, os produtores participaram de debate com a direção da Famato e ouviram palestra por mim proferida sobre cenários futuros de Mato Grosso visto sob o ângulo do planejamento estratégico para a gestão do próximo mandato. Os cenários consideram as tendências mundiais do agro, assim como as tendências brasileiras e as mato-grossenses.
Não precisa dizer que o clima que vigora na sociedade nessas regiões, é o de indignação. Uma imensa descrença sobre a gestão pública percorre de ponta a ponta todos os segmentos da sociedade com maior ou menor grau de politização. Mas é visível que existe uma linha média de politização bem grande e ansiosa por eficiência da gestão pública e por resultados, que responda ao espírito e atitudes empreendedoras do mundo empresarial.
Imagino que o documento final será muito relevante. Voltarei ao assunto.
* ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.