Graças à demanda do mercado consumidor pelo milho, Mato Grosso pôde atingir novo recorde na série histórica das exportações. A receita contabilizada com os embarques realizados em fevereiro foi a maior vista para o mês, justamente em um período de pouca oferta de commodities no Estado, já que a safra de soja – base da pauta de mato-grossense – estava ainda saindo das lavouras. As vendas romperam a casa de US$ 1 bilhão com cerca de um mês de antecedência, visto que faturamento acima disso costuma ser registrado a partir de março.
Conforme números divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) as exportações do Estado em fevereiro ampliaram em mais de 59%, ao passar de US$ 681,69 milhões para US$ 1,08 bilhão.
Sai a soja – que até aquele momento tinha pouco mais da área plantada colhida e por isso com pouco volume – e entra o milho remanescente da safra 2012 em plena demanda pelo mercado. Muda a commodity, mas Sorriso (a 460 quilômetros ao norte de Cuiabá), que na safra passada produziu mais milho do que soja, encerra o bimestre na liderança estadual dos municípios que mais exportaram no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano. A cidade detém a maior área cultivada com soja do mundo – na comparação outros municípios produtores – ao disponibilizar anualmente 600 mil hectares à oleaginosa.
Análise divulgada na última segunda-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações de milho totalizaram 1,5 milhão de toneladas em fevereiro, o maior volume registrado na história para o mês. Como destaca o Imea, esse montante corresponde a 69% dos 2,2 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no período. “No comparativo com fevereiro de 2012, quando o Estado embarcou 157 mil toneladas do cereal, o valor atual é superior em 901%”, destacam os analistas.
Desde julho de 2012, quando a safra 11/12 começou a ser exportada, Mato Grosso enviou para o exterior mais de 12 milhões de toneladas – das mais de 15 milhões produzidas – equivalentes a 51% do montante total brasileiro de 23 milhões de toneladas. “Como a produção estadual registrada na safra passada foi 15,5 milhões de toneladas, vemos, portanto, que o valor exportado até então corresponde a 78% de toda a produção”.
Em relação ao mês anterior, quando o Estado apresentou o maior volume de exportação registrado na história com mais de 2 milhões de toneladas, houve queda mensal de 27%.
MUNICÍPIOS – As cinco primeiras posições do ranking mato-grossense seguem inalteradas em relação a janeiro. Sorriso manteve a primeira posição, seguido por Rondonópolis, Cuiabá, Sapezal e Primavera do Leste. De todos, apenas Sapezal (470 quilômetros ao noroeste de Cuiabá) apresenta retração no acumulado anual de 24%. Sorriso ampliou em 433% a receita, de US$ 51,13 milhões para US$ 272,42 milhões. A maior variação relativa ficou com Cuiabá. O faturamento passou de US$ 11,20 milhões para US$ 123,50 milhões, alta de 1.000%.