Muitos produtores de cana-de-açúcar do sudoeste de Mato Grosso estão investindo também no plantio da soja. Essa diversificação de cultura tem ajudado na hora de fechar as contas.

Depois de 12 anos plantando cana, o agricultor Antônio Guzatti, de Tangará da Serra, aproveitou o mercado aquecido do grão, que já está na segunda safra, com 860 hectares. "A soja tem um período mais curto. Com quatro meses você está tirando do campo e e entrando com a segunda safra de milho. Hoje, realmente, a imigração da cana para a soja em termos econômicos ficou bem melhor”, diz Guzatti.

Em outra propriedade da região, eram cultivados 800 hectares de cana-de-açúcar. Atualmente, a área destinada à cultura é de 450 hectares. Na próxima safra, o produtor pretende investir 35% menos na cana e conta que não encontrou dificuldade na mudança. “O que eu não quis investir, eu terceirizei na prestação de serviço. A região tem uma oferta muito boa, então não foi difícil”, diz o agricultor Francisco Casale Mauro.

Mesmo com a mudança de perfil de alguns produtores, a estimativa do Sindicato da Indústria de Mato Grosso é de aumento na produção de cana nesta safra. O volume deve passar de 13,1 milhões de toneladas para 16,3 milhões de toneladas. A expectativa dos produtores é na reação do preço do etanol.

“O governo já sinalizou que volta a mistura de 25% de etanol na gasolina e agora deu o aumento que era esperado. Com isso, o preço do etanol volta e há melhora de condição de venda de açúcar interna e externamente. Temos uma sinalização positiva para os próximos anos em relação ao preço do açúcar e do etanol”, diz Normando Corral, presidente da Associação de Fornecedores de Cana do Vale do Rio Paraguai.