Com o aumento do salário mínimo, que passou a ser de R$ 678 em janeiro, os produtores de leite passaram a ter maior custo com mão-de-obra o que provocou comprometimento de parte da renda com a atividade e aumento dos custos de produção. Este cenário foi observado principalmente no Sudeste e Centro-Oeste onde o peso de novas contratações foi maior e comprometeu, em média, 20% da receita. Outro fator que influenciou este desempenho foi a dificuldade de encontrar profissionais capacitados. No Sul, onde há mais escala de produção, maior mecanização da ordenha e mão-de-obra familiar, este percentual caiu pela metade, chegando, em média, a 10%.
Esta análise pode ser encontrada no boletim Ativos da Pecuária de Leite, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). A expectativa de agentes de mercado para o início de 2013 é de que, com a colheita da safra de grãos, os preços da alimentação concentrada recuem, o que poderá ajudar a contrabalançar o aumento do salário mínimo. É fato que, em dezembro de 2012, o poder de compra do produtor de leite piorou em relação à maioria dos insumos utilizados nos sistemas de produção típicos, captados nas pesquisas do Cepea em parceria com a CNA, no comparativo com dezembro/11.
Em Mato Grosso, com objetivo de incentivar a produção, a pesquisa e o consumo de leite e seus derivados, prezando pela qualidade, produtividade e sustentabilidade da cadeia produtiva de leite, foi criada a Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT). A entidade está trabalhando para estruturar o setor e representar os interesses de todos os produtores de leite junto ao governo, órgãos de pesquisa e extensão rural, fornecedores de insumos e de tecnologias. A missão da Aproleite é congregar, representar e defender os interesses dos produtores de leite do estado nos assuntos técnicos, sociais e econômicos. De acordo com o presidente, Alessandro Casado, o setor preza pela qualidade, produtividade e sustentabilidade da atividade.
Além de buscar orientar e apoiar os associados em todas as fases da cadeialeiteira. Em Mato Grosso, existem 20,9 mil propriedades leiteiras que produzem uma média de 92,6 litros de leite por dia. O Estado responde por 2,3% da produção nacional de leite, ocupando a 10ª posição no ranking brasileiro, de acordo com o Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Mato Grosso – estudo feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Dados do Diagnóstico da Cadeia do Leite do Mato Grosso, coordenado por esse Instituto, indicam que, nos últimos 11 anos, a produção de leite mato-grossense pouco evoluiu.
Em 2000, somava 422,7 milhões de litros e respondia por 2,1% da oferta brasileira. Em 2011, esse percentual encontrava-se praticamente inalterado: 2,3%. Os números foram apresentados em novembro, durante o 1º Encontro Aproleite, realizado em Cuiabá, e no qual a Aproleite foi oficialmente apresentada.