O galo já afinava a garganta quando a Vila Isabel entrou na Sapucaí, lá pelas quatro da matina, cantando o Brasil, celeiro do mundo. Vestida de espantalho, a bateria acordou as arquibancadas e fez todo mundo cantar o contagiante samba de Martinho da Vila.
“O muié, o cumpadi chegou, puxa o banco e vem prosear, bota água no feijão, já tem lenha no fogão, faz um bolo de fubá”.
Nos 82 minutos de desfile, rigorosamente cronometrados, a Vila transformou a passarela numa grande lavoura, com queimadas, pragas, joaninhas, plantações de verduras e legumes, girassóis e algodão. E provou que o Carnaval pode sim ser patrocinado – por que não? – desde que o tema seja relevante e o patrocinador queira passar uma mensagem e não “vender” sua marca ou produtos.
Patrocinador da Vila Isabel, a Basf entrou com o dinheiro (não revelou quanto) e deu o tom do enredo – uma homenagem ao produtor rural brasileiro -, deixando à escola a tarefa de montar o desfile. Deu samba. E pode dar o título.