Mato Grosso registra expansão de 21,5% no número de aves abatidas nos 9 primeiros meses deste ano, ante ao mesmo intervalo de 2011. De janeiro a setembro de 2012, cerca de 192,453 milhões de frangos foram enviados aos frigoríficos do Estado, contra 158,373 milhões no ano anterior. Conforme a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais, divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na comparação com 2010, a alta chega a 39,4%, já que nos 9 primeiros meses daquele ano foram abatidas 137,990 milhões de aves.
No 3º trimestre, os abates somaram 74,225 milhões de cabeças, um crescimento de 27,1% em relação ao acumulado entre abril e junho, de 58,377 milhões, o que animou os criadores que estavam preocupados com o aumento do custo da ração, principalmente do milho. Segundo o presidente da Associação Mato-grossense dos Avicultores Integrados, João Zanata, os produtores foram afetados, mas o impacto não foi significativo. “O ano deve fechar positivo, mas não com um resultado tão alto como o indicado pelo IBGE”.
Afinal, conforme Zanata, alguns fatores vão interferir no balanço, como o atraso no abate decorrente da greve nos frigoríficos e o desenvolvimento abaixo do esperado dos frangos, em determinados meses. Já a suinocultura alcançou crescimento de 20% no total de abates nos 9 primeiros meses de 2012, quando 1,844 milhão de cabeças foram abatidas, contra 1,527 milhão no mesmo intervalo do ano passado. De acordo com o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, os números confirmam a recuperação do setor com o aumento da demanda a partir do 3º trimestre.
Para se ter uma ideia, no comparativo entre os 2º e o 3º trimestres de 2012, o crescimento no abate foi de 33,7%. “O custo de produção continua alto, mas os preços de venda para o produtor melhoraram, chegando hoje a R$ 3 o quilo do suíno vivo”.
A expectativa do setor é fechar o ano com saldo positivo e, apesar das boas perspectivas para 2013, os suinocultores estão apreensivos com a doença da vaca louca. A expansão de 10,9% no abate de bovinos nos 3 trimestres de 2012 trouxe um alerta para o setor.
Enquanto de janeiro a setembro de 2011 foram abatidas 3,326 milhões de cabeças, este ano chegou a 3,690 milhões. A diferença, conforme o diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Maurício Campiolo, foi o volume de fêmeas abatidas em razão de problemas como a seca, o preço e a perda de área para a agricultura.
Conforme ele, no ano passado, o percentual era de 44,5% de vacas abatidas do total, contra os 49% deste ano. Índice que só é menor que o registrado em 2006, quando ocorreu a crise do setor. “Agora não causará o mesmo impacto porque o número de fêmeas deste ano é 1,5 milhão maior do que o de 2006. Mas, baseado nesse desempenho, a nossa expectativa é fechar o ano com um rebanho estabilizado ou até com uma pequena redução em relação a 2011”.