A safra de grãos 2012/2013 de Mato Grosso será novamente de número recorde, mantendo-o na liderança pelo 2º ciclo consecutivo. As projeções são de 40,81 milhões de toneladas (t), 1,1% superior a produção passada. Apesar de boa a notícia, os produtores dizem estar preocupados com a logística, que permanece a mesma há mais de 20 anos – que tira a lucratividade do campo e encarece os produtos à população. A soja deverá ter produção de 23,8 milhões de t, representando 58,3% da produção total do Estado e há perspectiva que preço da saca mantenha-se em alta. Os números são do 3º levantamento de Safra Brasileira de Grãos 2012/2013, divulgados ontem pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). A área destinada aos grãos mato-grossenses crescerá 4,6% na safra 2012/2013 em relação a 2011/2012, atingindo desta forma 11,47 milhões de ha.
A produtividade esperada é de 3.557 quilos/ha, 3,3% menor que o ciclo anterior. Na safra 2011/2012 o Estado colheu 40,35 milhões de t. A produção mato-grossense representa 22,6% da brasileira estimada em 180,19 milhões de t. “O aumento da produção é decorrente da utilização de áreas de recuperação de pastagem. Outro fator para este crescimento será ditado pelo clima. Nossa maior preocupação é com a logística, pois a produção a cada ano cresce, enquanto nossas rodovias permanecem iguais há mais de 20 anos”, diz o diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de MT (Famato), Nelson Piccoli. Ele frisa ainda que os problemas causados pela logística, além de tirar a lucratividade do campo para novos investimentos, eleva o frete fazendo com que o produto final chegue mais caro ao consumidor. “Não podemos esquecer que a má conservação das pistas tem causado muitos acidentes, o que leva a ficar horas parados aguardando a liberação”.
A produção de soja, segundo a Conab, deve crescer 8,9% saltando de 21,84 milhões de t para 23,80 milhões de t. A área cresce 10%, atingindo 7,67 milhões de ha; a produtividade cai 1% ficando em 3,1 mil quilos/ha. O levantamento mostra que 5,98 milhões de ha, 78% da área, já estão em fase de desenvolvimento vegetativo. “Os números são previsões ainda, pois o clima ditará se serão assim. Mas diante deles vemos que as perspectiva das entidades nacionais seguem alinhadas com as nossas”, diz o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MT (Aprosoja), Ricardo Tomczyk. Piccoli salienta que os preços atuais da saca da soja dificilmente cairão, visto os estoques mundiais estarem baixos.