Mato Grosso é o quarto do país em número de armazéns e silos. Com 1,070 mil unidades, fica atrás do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A capacidade é de 26 milhões de toneladas, o que daria para armazenar pouco mais metade da safra 11/12, quando foram produzidas cerca de 40 milhões de toneladas de grãos. De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% dos armazéns estão localizados na região norte do Estado e 28% no sudeste. Na região sudoeste, que possui menos locais para depósito de produção, são 31 unidades e nas região centro-sul e nordeste 52 e 89, respectivamente.
Conforme o diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Piccoli, a capacidade de armazenamento deve ser 20% superior à produção, o que no caso de Mato Grosso significaria uma capacidade para 48 milhões de toneladas.
Piccoli explica que o Estado é um produtor excedente, com maior parte de sua produção destinada as exportações, o que tem amenizado essas questões de estoques. “Nossa produção não é voltada para o abastecimento local, e sim para a venda a outros estados e países. Quando se encerra uma safra parte tem que ser escoada”, diz ao exemplificar. De acordo com o representante da Famato, o grande problema é que parte desses armazens já está muito velha e não consegue armazenar toda a sua capacidade. “Ao menos 80% desses armazéns não trabalham com toda a sua capacidade de armazenamento”, afirmou.
Estoques – Segundo levantamento do IBGE, em junho de 2012, os armazéns mato-grossenses possuíam 15,360 mil toneladas de algodão em pluma estocadas. De arroz em casca eram 131,342 mil toneladas. O milho e a soja, que representam maior produção do Estado, juntos somavam 6,866 milhões de toneladas, sendo 2,605 milhões toneladas de milho e 4,260 milhões de toneladas de soja. Estes produtos estavam distribuídos 72 municípios no caso do milho, 61 na soja, 29 no arroz e 21 no algodão.
O feijão em junho contabilizava 27,362 mil toneladas. Do locais voltados para o estoque de grãos, 263 são de propriedade privada, 11 pertencem a cooperativas. O governo não apresentou estoques na época. “Está mais que na hora de se criar uma política de armazenamento de grãos, uma vez que há muito tempo o governo não investe em armazéns no Estado”, pontua Piccoli.