As novas fronteiras do agronegócio que vem se consolidando em Mato Grosso, promete uma reviravolta nas exportações do Estado pelos portos do país. A partir do ano que vem o porto de Manaus, no Norte do país, pode quebrar a hegemonia de Santos (SP) e Paranaguá (PR). O acumulado dos embarques de soja de janeiro a agosto desse ano já demonstram esse cenário.

De acordo com o boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em oito meses foram exportados 6,2 milhões de toneladas da soja do Estado pelo porto de Santos. Já pelo porto de Paranaguá cerca de 1,07 milhão de toneladas foram enviadas no período, seguido de perto pelo porto de Manaus com 1,04 milhão (t).

Conforme o diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Piccoli, os terminais como o de Manaus (AM) e o de Santarém (PA), começarão a ter um papel mais importante nas comercializações externas de Mato Grosso a partir do ano que vem.

Ele explica que as novas regiões estaduais que são identificadas como novas fronteiras agrícolas serão as principais responsáveis por essa reviravolta. “A região leste e oeste serão as principais responsáveis”, afirmou.

Piccoli destaca que o porto de Santarém (PA) já vem sendo bastante utilizado pelos produtores mato-grossenses das regiões norte e noroeste, com médias de cargas exportadas superiores ao volume que sai pelo porto de Paranaguá.

O representante da Famato lembra que de forma alguma os outros portos deixarão de ser importantes, porém a logística dessas novas fronteiras para os portos de Santarém e Manaus serão bem competitivas.

Com a conclusão das reformas previstas para os portos instalados na região Centro-Norte do país, a tendência é que o Mato Grosso desvie cada vez mais do corredor de exportação paranaense. “É uma mudança natural, devido aos custos de logística e transporte”, explicou.