Em uma semana os pecuaristas de Mato Grosso começam a imunizar bovinos e bubalinos de todas as idades contra febre aftosa. Segunda etapa anual de vacinação deve ser cumprida entre os dias 1º e 30 de novembro com previsão de vacinar 29 milhões de cabeças, o maior rebanho do país. Na campanha realizada em maio, o índice de vacinação no Estado ficou acima da média nacional ao alcançar 99,8% dos animais a serem vacinados, num total de 12,259 milhões de cabeças com até 2 anos de idade, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Região onde está concentrado o maior rebanho do Estado, a fronteira com a Bolívia terá o trabalho de vacinação reforçado pelos técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), garante o coordenador de Inspeção Sanitária Animal, Alison Seganfredo Cericatto. Nas propriedades localizadas em um raio de até 15 km da fronteira com aquele país, os agentes do instituto fiscalizarão a vacinação dos animais do início ao fim e nas demais propriedades da região acompanharão os trabalhos de imunização, verificando se os pecuaristas vacinaram ou não. Cericatto afirma que os municípios da fronteira com a Bolívia reúnem os 10 maiores rebanhos do Estado, sendo Cáceres o líder do ranking estadual.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, Mato Grosso tem conseguido manter o índice de imunização do rebanho acima de 99% em todas as campanhas, além de apoiar o trabalho de vacinação realizado pelos pecuaristas bolivianos nas propriedades distantes até 15 km da fronteira brasileira. “Na campanha de maio nós cedemos as vacinas aos bolivianos, mas isso é feito mediante solicitação deles, que para essa campanha de novembro ainda não aconteceu”. Convênio internacional de cooperação interinstitucional entre os 2 países é mantida desde 1993. Bernardes acrescenta que as vacinas são cedidas também os assentamentos rurais e comunidades indígenas.
Pecuarista Gilson Arruda revela que irá imunizar cerca de 4 mil cabeças de gado, distribuídas em propriedades localizadas na região de Cuiabá e Alta Floresta. “Ainda não comprei as vacinas porque não liberaram para comercialização, mas sempre começo o trabalho no início da campanha porque preciso de uns 15 dias para concluir a vacinação”. De acordo com o Indea o preço da vacina no Estado irá variar entre R$ 1,20 a R$ 1,50 a dose.
Penalidades – Comunicação da vacinação deve ser feita ao Indea até o dia 10 de dezembro. Para os pecuaristas que não vacinarem os fiscais do Indea aplicarão multa no valor correspondente a 2,25 UPFs (Unidade de Padrão Fiscal). Aqueles que vacinarem mas não comunicarem ao órgão estadual serão impedidos de transportar os animais pelo dobro do tempo de atraso na comunicação.
Novidade – Nesta campanha de novembro começará a ser implantada de forma experimental a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para integrar as informações sanitárias e sobre o transporte do efetivo de bovinos num único banco de dados nacional. No Centro-Oeste a plataforma já foi implantada no estado de Goiás.