Considerando o valor do salário mínimo pago no Brasil (R$ 622), o cuiabano teve que trabalhar mais de duas semanas em setembro para conseguir comprar uma cesta básica, com 13 itens considerados essenciais para alimentar uma família com quatro membros por 30 dias. O preço dos produtos essenciais que compõem a mesa da população na capital foi de R$ 321,1 no nono mês do ano. O tempo de trabalho necessário para garantir esse valor atingiu 113h34min, pouco mais de duas semanas de serviço. Os dados fazem parte da pesquisa de mercado inédita feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) divulgada ontem (25).
Ainda, conforme a pesquisa, o valor da cesta básica na capital teve uma alta de 7,6% no acumulado de fevereiro a setembro, colocando Cuiabá como a capital com a cesta básica mais cara no período. A composição da ração mínima em fevereiro foi de R$ 298,5. A carne, o tomate e o pão francês foram os produtos que mais impactaram no custo de alimentação no período. Conforme o levantamento, a carne representa 30% do valor total da cesta, seguida pelo tomate 15% e o pão francês 14%.
Segundo o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, esse produtos são considerados os vilões no ano. “Cerca de 30% do valor da cesta foi gasto com a carne, 15% com tomate e 14% com o pão francês”, explicou.
Varejo – Até setembro, os principais produtos que culminaram no aumento de 7,6% no preço pago pela cesta cuiabana foram o tomate, o principal com aumento de 47%, seguido pelo o arroz e a batata com 42% e 27%, respectivamente. Já os produtos que apresentaram queda na variação dos meses foi a banana com 19%, feijão (-8%), açúcar (-5%) e a carne com queda de 1%. Conforme Celidonio, o encarecimento dos produtos como o arroz e o tomate estão diretamente ligados a problemas com as culturas. O arroz, por exemplo, sofreu queda na produção provocada pela redução de área plantada, que passou de 200 mil hectares para 160 mil hectares na última safra mato-grossense.
O presidente da Famato, Rui Prado, afirmou que outro grande problema é a logística. “Apesar de todo o avanço estadual, Mato Grosso tem uma das cestas mais caras. Esse é o nosso principal desafio, já que importamos grande parte dos hortifrutis e a nossa logística é precária, encarecendo assim ainda mais os produtos”, explicou.