Mulheres da comunidade do Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, acamparam juntamente com os filhos em frente ao Tribunal Regional Federal (TRF) da primeira região, em Brasília, para pedir a suspensão da determinação judicial de desocupação da área indígena Marãiwatsédé, prevista para o dia 1º de outubro. Cerca de 250 pessoas fazem parte do manifesto, sendo que 70 são crianças e adolescentes.
Ainda na terça-feira (11) representantes do Tribunal e manifestantes participaram de uma reunião. Moradores da área que deve ser desocupada pediram que fosse permitida a permanência das famílias na localidade até que todos os recursos fossem julgados.
A área de 165 mil hectares está ocupada pelos não índios desde a década de 1980, quando o governo militar retirou os Xavantes para um aldeia que fica a 600 quilômetros da comunidade. A terra foi vendida em vários lotes e chegou a formar a maior fazenda do mundo.
Em 1992 a empresa devolveu a gleba ao governo brasileiro, após descobrir que se tratava originalmente de uma reserva indígena. A Fundação Nacional do índio (Funai) iniciou o processo de demarcação, e neste período os posseiros seguiram com a ocupação. Ao todo viveriam na área cerca de 7 mil pessoas, segundo levantamento da associação que representa os produtores.
As famílias aguardam, agora a definição do TRF quando ao pedido de adiamento da decisão judicial.
Na manhã desta quarta-feira, na capital federal, será realizada uma audiência com a ministra chefe da Casa Civil,l Gleisi Hoffmann e com o Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Lucena Adams, para discutir o impasse na área Marãiwatsédé.