Valorização da arroba do boi neste 2º semestre tende a influenciar na intenção de confinamento dos pecuaristas para os próximos 2 meses, conforme analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No mês passado, a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) identificou retração de 20,4% no rebanho confinado após conclusão do segundo Levantamento de Intenção de Confinamento, em comparação com o resultado obtido durante o primeiro estudo, realizado no mês de abril.
Diagnóstico mostrou que o rebanho confinado alcançaria 740,422 mil animais no 2º semestre deste ano, ante 929,942 mil estimados na sondagem realizada no 1º semestre.
Redução na intenção de confinamento foi influenciada pela desvalorização na arroba do boi no período, situação que começa a mudar, observa o analista do Imea, Daniel Latorraca. Nos últimos 30 dias, a cotação na região Sudeste do Estado subiu 2,6%, alcançando R$ 82,73 a arroba. Na região Norte, a alta foi de 2,4% no período, iniciando o mês de setembro em R$ 83,28. “Até julho o cenário foi positivo para o abate, mas não em relação aos preços”. Apesar da mudança, os produtores devem considerar as despesas com a engorda intensiva, alerta o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. “O preço do boi melhorou, mas os custos estão até piores”. Vacari explica que a valorização reflete a falta de animais no mercado físico, após um período de abate elevado.
Abate – Segundo o Imea, o nível de abate de bovinos registrado em julho deste ano foi o mais elevado desde março de 2007 e totalizou 498,3 mil animais, enquanto que no mesmo mês daquele ano foram abatidos 502,4 mil. Em comparação com junho, quando foram abatidos 458,8 mil bovinos, o rebanho encaminhado para abate no 7º mês deste ano foi 8,6% maior. Participação das fêmeas na escala de abate continua elevada e representou 45% do total de animais abatidos, totalizando 222,9 mil cabeças. Em relação ao mesmo período do ano passado, o volume é 18,7% superior. Tendência para os próximos meses é de redução no abate de fêmeas diante da maior oferta de machos.
Varejo – Preços da carne bovina no varejo foi reajustado a partir de julho e mantêm a tendência de alta para os próximos meses. De acordo com o proprietário da Casa de Carnes Rosada, Clóvis Dutra, a alteração nos preços da carne aconteceu após uma retração sazonal, iniciada em janeiro deste ano. “Mas por enquanto não foi muito representativa”.
Analista do Imea, Daniel Latorraca, encerra dizendo que a cotação da arroba do boi que neste 2º semestre entrou em um ciclo de valorização diária.