Produtores rurais de Mato Grosso avaliam como positiva a decisão da Casa Civil de suspender a decisão do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que proibia a pulverização aérea dos agroquímicos que contenham os ingredientes ativos Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil para a safra 2012/2013. Na semana passada, o Ibama argumentou que os produtos eram nocivos às abelhas (polinizadoras).
A informação foi repassada pelo senador Cidinho Santos, que intermediou o encontro de entidades com a ministra Gleise Hoffman. Com a decisão, a restrição valerá apenas para as próximas safras. Produtores chegaram a alegar que a proibição prejudicaria a safra, que começa em outubro, já que muitos agricultores tinham adquirido os produtos. Outro tema debatido foi o registro de novos agroquímicos para combater a ferrugem asiática, que podem ser liberados pela Anvisa em um prazo de 30 a 40 dias.
De acordo com o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, a medida dará mais tempo para os produtores se adequarem às novas regras e procurarem produtos alternativos e para que a indústria faça estudos comprovando que a técnica não é nociva às abelhas. “A aviação agrícola é essencial para a aplicação dos agroquímicos nas lavouras de soja, milho e algodão. Este modelo de aplicação se adequa perfeitamente às propriedades de grande porte, muito comum em Mato Grosso”.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho em Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro, considerou a liberação para o uso por 1 ano positiva, mas temporária. “Não vamos ter prejuízo nesta safra e isto é bom. Mas vamos continuar lutando para mostrar, por meio de pesquisas, que não existem danos aos insetos”.