Os recordes na safra 2011/2012 em Mato Grosso, somada as quebras de produção em alguns Estados brasileiros e no exterior, estão proporcionando números jamais vistos nas exportações do agronegócio. De janeiro a julho o Estado já enviou para o exterior US$ 8,2 bilhões, receita 38% superior aos US$ 5,93 bilhões do período em 2011. O montante consolida o Estado como o segundo no ranking nacional, ficando atrás apenas de São Paulo (US$ 10,30 bilhões).
Somente para a China, maior cliente de Mato Grosso hoje, foram enviados US$ 3,6 bilhões em produtos. O complexo da soja tem uma participação de 80,8% da receita gerada com as exportações, ou seja, US$ 6,63 bilhões, que por sinal já superou em 47,95% o total dos envios em 2011. As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que mostra ainda que dos US$ 8,2 bilhões o milho tem participação de 4,7% e o algodão 4,2%.
Produtores afirmam que produção e exportações podem aumentar ainda mais, entretanto a logística segue como o entrave. Somente em soja em grão as exportações de Mato Grosso já somam US$ 5,02 bilhões e um volume de 9,8 milhões de toneladas, segundo dados da Secex no boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Ao se comparar com os embarques de janeiro a julho do ano passado o Estado já enviou 2,7% soja em grão ao exterior do que 6,8 milhões de toneladas no período de 2011 e 16,3% a mais em receita do que os US$ 4,31 bilhões, do ano passado.
Já julho exportou US$ 546,7 milhões e 1,008 milhão de tonelada, volumes 0,79% maior do que os US$ 542,4 milhões e 7,26% superior a 1,087 milhão de toneladas do mês o ano passado. Em junho de 2012, os embarques haviam somado US$ 817,8 milhões e 1,51 milhão toneladas.
No Topo
Conforme o gestor do Imea, Daniel Latorraca, as exportações em 2012 consolidaram-se com a tendência esperada. “Já prevíamos alta e agora ela confirmou-se. Mato Grosso ganhou papel de destaque com as quebras de produção do Rio Grande do Sul, Paraná, da Argentina, Estados Unidos e Paraguai. Todos miraram os olhos para nossa super safra e acabaram por ver nosso potencial”. Latorraca comenta ainda que a partir de julho já é possível verificar uma leve redução nos envios da soja em grão, pois o que os produtores tinham já venderam. “Mas, diante do que se vê podemos, mesmo com os embarques diminuindo agora, superar até 2009 quando 10,6 milhões de toneladas foram vendidas”.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Favaro, os níveis de exportação tendem a aumentar em decorrência a aptidão de produção de Mato Grosso. “Principalmente o milho. Contudo para que isso ocorra é preciso melhores condições de logística”.
Milho
Em milho o Estado já enviou de janeiro a julho US$ 388,2 milhões e 1,5milhão de toneladas. A receita é 25,5% inferior ao período do ano passado, quando os embarques somaram US$ 21,7, referente a 2,09 milhões de toneladas enviadas. Em julho os negócios alcançaram US$ 214,3 milhões, com 869 mil toneladas comercializadas, o resultado é 256,6% maior que os US$ 60,1 milhões e 314,7% superior as 209,5 mil toneladas enviadas em julho do ano passado. Em junho de 2012 foram US$ 1,2 milhão e 4,9 mil toneladas. “Até junho exportou-se o pouco que tínhamos em estoque, o que leva a um resultado oposto da soja. Contudo, com a colheita da 2ª safra do cereal intensificada em julho os envios subiram e a tendência é de recorde por conta da oferta e demanda”, diz Latorraca.